O dono da clínica que consta no falso laudo de Guilherme Boulos divulgado por Pablo Marçal (PRTB) se pronunciou nas redes sociais no início da noite deste domingo, 6. O biomédico Luiz Teixeira da Silva Júnior afirmou que nunca atendeu o candidato do PSOL e negou envolvimento na elaboração do documento.
- Confira no Terra os resultados do primeiro turno das eleições 2024
Em nota publicada em seu perfil no Instagram e assinada por seu advogado, Luiz Teixeira diz que o Dr. José Roberto de Souza, a quem é a atribuída a assinatura no falso documento, nunca trabalhou em sua clínica. Sua defesa também alega que o nome do biomédico e de suas empresas “foram utilizados sem o seu consentimento por pessoa que lhe é desconhecida”.
Segundo a nota, ele e sua família receberam “diversas acusações, ameaças e ofensas”, que ocasionaram “grande angústia e apreensão em relação à integridade física e mental de todos".
“Todos os fatos que estão sendo relacionados ao Dr. Luiz Teixeira serão devidamente esclarecidos nos autos da investigação, cujo resultado é de seu absoluto interesse. Aclaramos, por fim, que o Dr. Luiz Teixeira está à inteira disposição das autoridades para fornecer os esclarecimentos necessários”, encerra.
Entenda o caso
Pablo Marçal (PRTB) publicou na noite de sexta-feira, 4, um prontuário médico falso da clínica Mais Consultas, que dizia que Guilherme Castro Boulos teria sido atendido na unidade do Jabaquara, em São Paulo, com um quadro de surto psicótico. De acordo com o documento, um acompanhante teria levado um exame toxicológico que apontava a presença de cocaína no sangue do deputado.
O RG que aparece no prontuário é incorreto, e há um número a mais. O médico que assina o prontuário falsificado, José Roberto de Souza, já morreu e não tem especialidade cadastrada no site do Conselho Federal de Medicina.
Dono de clínica já foi condenado como 'falsário'
Luiz Teixeira da Silva Junior, o dono da clínica Mais Consulta, que aparece no documento de Marçal, foi condenado pela Justiça Federal por falsificar documentos para obter registro profissional no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, após ser denunciado pelo Ministério Público Federal em 19 de dezembro de 2017. Teixeira teria falsificado um diploma de graduação em Medicina e uma ata de colação de grau para requerer inscrição no CRM. As informações são do Estadão.
Durante o processo, a defesa do acusado sustentou que o réu foi representado por advogado "não constituído" e no mérito, pediu a absolvição do acusado, que fora denunciado com base nos artigos 297 (falsificação de documento público) e 304 (uso de documento falso)) do Código Penal.
Para o juiz do caso: "a materialidade do delito restou comprovada por meio do requerimento de inscrição do réu no CRM, do uso do diploma falso de graduação de medicina".
Em função de tudo o que foi exposto, o acusado foi condenado a 2 anos e 4 meses de prisão em regime semiaberto. A sentença do juiz Adel Americo Dias de Oliveira é de 23 de agosto de 2023.