O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), não escreveu em seu perfil no Twitter a frase "quem nunca sentiu atração por uma jovenzinha com uma sainha mais curtinha", como difundido em montagens nas redes sociais. Em monitoramento feito pelo Aos Fatos das publicações do candidato na rede social, inclusive as apagadas, não foi encontrado registro da postagem, tampouco no projeto 7c0, que também recupera tuítes deletados.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam centenas de compartilhamentos no Facebook nesta terça-feira (18) e circulam também no WhatsApp, no qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).
O presidente Jair Bolsonaro não publicou em seu perfil oficial no Twitter as frases: "HIPÓCRITAS! Estão me atacando por todos os lados!" e "Mas quem nunca se sentiu atraído por uma jovenzinha com uma sainha mais curtinha??", como afirmam postagens nas redes.
Não há indícios de que o presidente tenha publicado o texto, de acordo com monitoramento feito pelo Aos Fatos com todos os tuítes do político, inclusive os apagados, e pelo projeto 7c0. A imagem é uma montagem: o tipo de letra utilizada é incompatível com a da plataforma, e não aparece o aviso de que Bolsonaro é candidato à Presidência da República, como há no oficial.
Na última sexta-feira (14), Bolsonaro deu a seguinte declaração ao podcast do canal Paparazzo Rubro-Negro, no YouTube: "Eu estava em Brasília, na comunidade de São Sebastião (...) parei a moto em uma esquina, tirei o capacete, e olhei umas menininhas... Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, em uma comunidade, e vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. 'Posso entrar na sua casa?' Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando, todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida."
No dia seguinte, o trecho foi explorado por críticos do presidente. No domingo, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, determinou que a campanha do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, removesse de seus perfis em redes sociais o trecho da entrevista e impediu que fosse utilizado na propaganda eleitoral. Em reportagem do UOL publicada no mesmo dia, uma das mulheres venezuelanas que estava na casa, que não quis se identificar, afirmou que elas estavam arrumadas porque faziam parte de um projeto social que trasformara um abrigo de imigrantes em um salão de beleza.
Em vídeo veiculado nesta terça (18), Bolsonaro pediu desculpas para as venezuelanas citadas.
Referências:
1. Twitter
2. G1
3. NSC Total
5. UOL
6. Poder 360
