O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, não publicou em seu perfil no Twitter que "o tráfico de drogas gera riqueza para comunidades esquecidas" pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e que iria trabalhar pela descriminalização das drogas, como afirmam postagens. Não há registros do texto na página do petista na rede nem no monitoramento de tuítes apagados feito pelo Aos Fatos.
A postagem desinformativa circula principalmente no WhatsApp, em que não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).
O tráfico e drogas gera riqueza para comunidades esquecidas por @jairbolsonaro. No meu governo o @MST_Oficial e diversas comunidades terão seu devido protagonismo no país. Vamos trabalhar para a descriminalização das drogas e tornar o país mais progressista.
Não é real a publicação atribuída ao ex-presidente Lula com as frases "tráfico de drogas gera riqueza para comunidades esquecidas por @jairbolsonaro" e uma suposta proposta de "trabalhar para a descriminalização das drogas e tornar o país mais progressista". A publicação não consta no perfil oficial do petista no Twitter e também não aparece no monitoramento do Aos Fatos, que contempla inclusive tuítes apagados.
A única publicação sobre "tráfico de drogas" presente na conta oficial do petista no Twitter foi feita no dia 17 de setembro de 2018. Lula reproduz uma crítica do então candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, sobre o encarceramento em massa de pessoas por apreensão de quantidades "insignificantes" de droga em uma sabatina do SBT, da Folha de S.Paulo e do UOL.
"O encarceramento em massa está acontecendo. Estão prendendo pessoas por tráfico de drogas e quando você vai ver a quantidade de drogas apreendida é irrelevante. E assim, o verdadeiro traficante segue solto "- @Haddad_fernando , durante sabatina do SBT/Folha/ UOL
— Lula 13 (@LulaOficial) September 17, 2018
Desde a visita de Lula ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, na quarta-feira (12), circulam postagens desinformativas para associar o ex-presidente ao tráfico de drogas. Em uma delas, a sigla CPX presente no boné que vestia foi associada ao crime organizado, o que é falso: as letras são uma abreviação de complexo, termo usado em referência a comunidades do Rio de Janeiro. Durante o primeiro turno das eleições presidenciais, Lula também foi associado falsamente ao PCC (Primeiro Comando da Capital), principal facção criminosa com origem em São Paulo, como mostrou Aos Fatos.
Referências: