O juíz federal Sérgio Moro aceitou o pedido da defesa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para que o candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, seja ouvido como testemunha no processo resultado da Operação Lava Jato, sobre superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Porém, o juiz da Justiça Federal no Paraná ressaltou em sua decisão que "será muito difícil a oitiva de referidas testemunha em período de campanha eleitoral."
A defesa do ex-diretor da Petrobras quer que Eduardo Campos seja ouvido sobre "'os motivos que implicaram no aumento substancial do valor da obra (Refinaria Abreu e Lima)." Para Moro, tais esclarecimentos poderiam ser obtidos de outra forma, "com testemunha de mais fácil inquirição ou com requisição de informações e documentos à Petrobras."
Além disso, o juíz federal esclareceu que "o objeto da ação penal é mais específico, não se perquire aqui os motivos do superfaturamento da refinaria Abreu e Lima, mas sim sobre a suposta lavagem de dinheiro no fluxo de numerário da Petrobras até os depósitos na empresa MO Consultoria, conforme descrição a denúncia."
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os desvios na construção da refinaria ocorreram por meio de contratos superfaturados feitos com empresas que prestaram serviços à Petrobras entre 2009 e 2014. Segundo o MP, a obra foi orçada em R$ 2,5 bilhões, mas custou mais de R$ 20 bilhões. De acordo com a investigação, os desvios tiveram a participação de Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento, e de Youssef, dono de empresas de fachada, segundo o órgão.
Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos