Eduardo Leite x Onyx: Rio Grande do Sul testa a resiliência tucana ante o bolsonarismo

Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) chegam às urnas ao fim de campanha marcada por troca de insultos

29 out 2022 - 21h25

Os eleitores do Rio Grande do Sul, Estado que nunca reelegeu um governador, decidem neste domingo, 30, se darão um novo mandato a Eduardo Leite (PSDB) - que deixou o governo em março para tentar, sem sucesso, uma candidatura presidencial - e Onyx Lorenzoni (PL), ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro. Os candidatos vão às urnas após uma campanha marcada pela agressividade. Em um dos debates do segundo turno, por exemplo, Onyx se negou a apertar a mão de Eduardo Leite.

Eduardo Leite x Onyx: Rio Grande do Sul testa a resiliência tucana ante o bolsonarismo
Eduardo Leite x Onyx: Rio Grande do Sul testa a resiliência tucana ante o bolsonarismo
Foto: Onyx Lorenzoni/Facebook e Eduardo Leite/Facebo / Estadão

O tucano conquistou a vaga no segundo turno com uma diferença de apenas 2,4 mil votos em relação a Edegar Pretto, candidato petista ao governo, mas ganhou terreno. Uma eventual eleição de Leite se tornou a principal aposta de seu partido após o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, não superar o primeiro turno.

O segundo turno no Rio Grande do Sul foi marcado pelo clima beligerante entre os candidatos, inclusive com insinuações homofóbicas. Nos primeiros dias de propaganda de rádio, Onyx afirmou que o Estado teria uma "primeira dama de verdade", o que foi considerado por Leite e apoiadores como uma forma de atacar o fato de o ex-governador ser homossexual.

Leitura semelhante foi feita quando o bolsonarista se recusou a apertar a mão de Leite após o debate da Rádio Gaúcha. Dias depois, Onyx pediu desculpas e justificou a atitude por "ataques" que Leite teria feito ao seu filho Rodrigo Lorenzoni (PL), que foi secretário da gestão do tucano.

Leite, por sua vez, chamou o adversário de incompetente. Disse que ele "passou por cinco ministérios em três anos, não foi bem em nenhum". O caixa 2 assumido por Onyx foi outro tema muito mencionado por Leite na campanha.

Defensor da política econômica de Paulo Guedes, Leite evitou fazer críticas mais duras ao governo de Jair Bolsonaro (PL), até elogiou ministros. Apesar disso, o tucano preferiu não declarar voto para presidente.

A boa votação do PT, que elegeu a maior bancada da Assembleia Legislativa, deixou o tucano em uma situação complicada, já na campanha, e mesmo em seu governo o apoio de bolsonaristas foi fundamental. Foi cercado por eles que Leite anunciou sua neutralidade em relação à campanha nacional. Mas, mesmo sem assumir compromisso com a campanha de Lula, o partido anunciou o "voto crítico" a Leite.

Onyx explorou a proximidade do tucano com o PT. Em um debate, disse que Maria do Rosário seria secretária de Leite. Esse foi o mesmo debate que virou piada nacional após Onyx ser questionado por nove vezes sobre sua posição em relação ao Regime de Recuperação Fiscal.

Neste domingo, os dois candidatos chegam a uma disputa que promete ser apertada. A favor de Leite está a tendência a conquistar com mais facilidade os votos petistas, já que no último debate Onyx disse com todas as letras "Eu não quero voto de petista", apostando em conquistar os votos mais à direita dados a Leite.

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Neste domingo, os dois candidatos chegam a uma disputa que promete ser apertada.
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão
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