O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o primeiro a chegar aos estúdios da TV Bandeirantes para participar do debate presidencial promovido pela emissora na noite deste domingo, 16.
Usando uma gravata com as cores da bandeira brasileira e acompanhado da atual esposa, Janja Silva, Lula respondeu a jornalistas sobre a polêmica declaração de Bolsonaro (PL) envolvendo meninas venezuelanas.
"Não é a primeira vez que ele zomba, que ele faz coisa que não deveria fazer, que ele fala coisa que não deveria falar. Ele, na verdade, agiu com muita má-fé com aquelas meninas", afirmou o ex-presidente.
"Ele, no cargo de presidente, deveria respeitar muito as meninas da idade da filha dele. As meninas estavam trabalhando e ele achou que era outra coisa, tanto é que ele disse que 'pintou um clima'", completou Lula.
O ex-presidente ainda disse que Bolsonaro "zomba de coisas sérias". "Na verdade, é a molecagem que é feita sempre que pode. Ele é assim, parece que nasceu assim, e vai passar a vida assim: zombando de coisas sérias."
O candidato pelo Partido dos Trabalhadores declarou estar pronto para possíveis provocações durante o debate. "As provocações baratas dele não me ofendem, não me causam nenhum problema. Eu tenho clareza que o povo brasileiro sabe do que eu sou capaz e do que eu fiz. Tenho clareza da expectativa e da esperança que o povo tem outra vez em uma eleição minha. É com essa tranquilidade que eu vou falar nesse debate."
O ex-presidente também respondeu sobre a suas expectativas sobre o debate desta noite. "A expectativa é que o povo compreenda melhor o que está acontecendo no Brasil. Que cada um de nós consiga dizer para o povo aquilo que é o nosso programa para a reconstrução do Brasil", afirmou Lula, que foi questionado sobre a instrumentalização da fé no segundo turno da campanha.
"Eu nunca, e fui candidato muitas vezes, nunca utilizei religião com fins políticos, nem católica, nem evangélica, nem budismo, nem judaica, nem matriz africana. Para mim, religião é uma coisa que eu respeito muito e, para mim, é sagrada a profissão de fé das pessoas. (...) E eu jamais fiz, e jamais farei, qualquer intromissão minha religiosa com objetivo político."