A eleição presidencial nos Estados Unidos este ano é marcada por uma profunda polarização e estratégias distintas entre democratas e republicanos. Ambos os partidos buscam assegurar os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral, concentrando seus esforços em estados considerados decisivos. Com base em sondagens internas, as campanhas têm usado as últimas horas antes do pleito para intensificar ações focadas em estratos específicos do eleitorado.
Os dados das pesquisas indicam que a polarização política se intensificou com base em gênero e nível educacional, enquanto diminui quando analisamos raça e classe social. A vice-presidente Kamala Harris está atraindo mais votos entre mulheres e eleitores com maior escolaridade, enquanto Donald Trump conquista apoio crescente entre homens, pessoas sem diploma universitário, e grupos minoritários que tradicionalmente votam no partido democrata.
Como as estratégias diferem entre os candidatos?
Kamala Harris tem apostado fortemente em aumentar sua popularidade nos subúrbios, contando com o apoio de mulheres conservadoras que anteriormente cruzaram a linha partidária em protesto contra Donald Trump. A candidatura de Harris é vista não só como um marco histórico, mas também uma oposição ao fim do direito ao aborto, decisão da Suprema Corte que mobilizou muitas eleitores mulheres em favor dos democratas. A campanha dela tem enfatizado os "direitos reprodutivos" e caracterizado a revogação do aborto como uma intrusão governamental na vida privada das pessoas.
Por outro lado, Donald Trump procura expandir sua base ao ativar eleitores anti-establishment. Desde 2015, este eleitorado vem sendo mobilizado pelo movimento "Faça os EUA Grandes Novamente", que tem sido uma parte integral de sua estratégia. Trump tem utilizado uma retórica cada vez mais radical nesta eleição, atacando as instituições e levantando a bandeira de que só vencerá se não houver fraude, apelando ao voto de protesto como forma de assegurar sua vitória.
Quais as expectativas dos indecisos para a eleição?
Embora as campanhas tenham despendido esforços significativos, os resultados permanecem incertos, especialmente nos chamados estados-pêndulo. Pesquisas recentes, como a realizada em Iowa, um estado outrora seguro para Trump, apontam para uma grande incerteza. Os dados mostram uma oscilação nas intenções de voto, indicando um crescimento no apoio a Kamala Harris particularmente entre mulheres, em localidades que aprovaram leis restritivas ao aborto, como Iowa.
Essa movimentação entre os eleitores sinaliza uma potencial "onda feminina" que poderia ser decisiva para a vitória democrata. Entretanto, o partido republicano continua confiante em sua capacidade de equilibrar essa tendência ao angariar maior apoio entre homens, incluindo grupos como os árabes no Michigan, que se sentem descontentes com certas políticas internacionais dos EUA.