Em Ourilândia do Norte, no Pará, eleitores venderam o voto e foram para as urnas usando um “óculos-espião”, com uma câmera embutida, para comprovarem suas ações na urna eletrônica ao político em questão. O caso, segundo noticiado pelo Fantástico neste domingo, 20, envolve o vereador Edivaldo Borges Gomes, conhecido como Irmão Edivaldo (MDB).
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De acordo com o histórico do caso, uma mesária percebeu que pessoas entraram em sua seção eleitoral com os mesmos óculos, com estrutura grossa. Até que mais uma eleitora entrou com o objeto para votar, tendo o guardado no bolso. A mesária então a abordou e acionou funcionários da Justiça Eleitoral, que descobriram a câmera acoplada na armação.
A eleitora, adolescente, disse que um desconhecido ofereceu R$ 200 para que ela votasse em Edivaldo e que só receberia o dinheiro se usasse os óculos, para as filmagens comprovarem seu voto.
Irmão Edivaldo foi preso em flagrante. Ele foi solto após pagamento de fiança e pode responder pelo crime de compra de votos e associação criminosa. Cabos eleitorais do candidato, assim como os eleitores que aceitaram vender seus votos, também podem responder por corrupção eleitoral. A pena por venda ou compra de voto pode chegar a 4 anos de reclusão, além de multa.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, entre os dias 17 de agosto e 6 de outubro, foram cometidos 4.556 crimes eleitorais no Brasil, 765 compras de voto e 576 pessoas foram presas. Além disso, cerca de R$ 22 milhões foram apreendidos em ações em torno da corrupção eleitoral.
O Fantástico tentou contato com o vereador, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.