Em seu primeiro discurso após ser eleito neste domingo (30), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre "reestabelecer a paz entre as famílias, entre os divergentes". Leia a íntegra do discurso.
Com 99,99% das urnas apuradas, Lula teve 50,90% dos votos válidos (60,3 milhões de votos), e Jair Bolsonaro (PL), 49,10% (58,2 milhões).
As primeiras palavras de Lula foram de agradecimento aos políticos que estavam junto dele no momento do discurso, com destaque para Simone Tebet (MDB), que foi candidata à Presidência, e a senadora Eliziane Gama (Cidadania), que apoiaram Lula no segundo turno.
Depois, agradeceu a Deus e aos seus eleitores e falou sobre sua "ressurreição na política brasileira". Depois de ser presidente do País por dois mandatos, Lula foi preso em 2018, condenado em dois processos da Operação Lava Jato. Lula passou 580 dias preso. Em 2021, voltou à condição de inocente, com a anulação das condenações pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"Tentaram me enterrar vivo, e estou aqui para governar esse País numa situação muito difícil. Mas eu tenho fé em Deus que, com a ajuda do povo, nós vamos encontrar uma saída para que esse País volte a viver democraticamente, harmonicamente, e a gente possa, inclusive, reestabelecer a paz entre as famílias, entre os divergentes, para que a gente possa construir um mundo que nós precisamos e o Brasil".
Em seguida, Lula leu um discurso escrito. "O desafio é imenso. É preciso reconstruir este País em todas as suas dimensões. Na política, na economia, na gestão pública, na harmonia institucional, nas relações internacionais e, sobretudo, no cuidado com os mais necessitados."
O tom do discurso foi de conciliação e pacificação. "É hora de baixar as armas, que jamais deveriam ter sido empunhadas. Armas matam. E nós escolhemos a vida."
Entre os temas comentados por Lula em seu discurso, estavam: crescimento econômico, políticas de combate à violência contra as mulheres, combate à fome, ao racismo, ao preconceito e à discriminação, retorno do progama Minha Casa Minha Vida, diálogo com o Legislativo e Judiciário, comércio internacional, desmatamento da Amazônia, entre outros assuntos.
"A partir de 1º de janeiro de 2023, vou governar para 215 milhões de brasileiros, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação."