Em ato falho, Erundina diz que faz campanha para Dilma

Deputada federal do PSB, que pertenceu ao PT por 18 anos, é coordenadora-geral da candidatura de Marina Silva à Presidência

17 set 2014 - 06h58
(atualizado em 18/9/2014 às 11h18)
<p>Luiza Erundina no dia do lançamento do Programa de Governo da candidata Marina Silva</p>
Luiza Erundina no dia do lançamento do Programa de Governo da candidata Marina Silva
Foto: Alice Vergueiro / Futura Press

A deputada federal e candidata à reeleição Luiza Erundina (PSB-SP) cometeu um ato falho nessa terça-feira e disse que está fazendo a “campanha da Dilma”. Erundina, que é coordenadora-geral da candidatura de Marina Silva (PSB) ao Palácio do Planalto, fez confusão com o nome da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT).

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“Tenho feito campanha da Dilma na periferia de São Paulo”, disse Erundina. Questionada sobre o erro que acabara de cometer, a deputada incialmente negou que tivesse pronunciado “Dilma” para, então, admitir: “Foi ato falho”. As declarações foram dadas antes do debate entre os presidenciáveis promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida, no interior de São Paulo.

Erundina é uma das fundadoras do PT e foi prefeita de São Paulo de 1989 a 1992, mas deixou o partido em 1998 para se filiar ao PSB. Em 2012, chegou a ser anunciada como vice na chapa de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo, mas deixou a candidatura dias depois, quando o PT se aliou a Paulo Maluf (PP), seu adversário histórico, para ter mais tempo de TV no horário eleitoral.

A deputada criticou os ataques que o PT tem direcionado a Marina depois que ela se tornou um risco à reeleição da presidente Dilma. “Lamentavelmente, aquele PT que nós fundamos, construímos, não existe mais. Quando eles chegaram ao poder dos espaços institucionais, se distanciaram daquela utopia, daquele sonho original que era um processo de mudança da cultura política do País para além do poder, da conquista de poder”, declarou.

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Campanha de Marina

Erundina assumiu a coordenação da candidatura de Marina Silva no dia 22 de agosto, após a saída de Carlos Siqueira, que era coordenador da campanha do então candidato Eduardo Campos e deixou o posto por divergências com a nova candidata. O “ato falho” de Erundina foi cometido quando ela respondia se estava ausente da campanha de Marina.

“Eu estou ativa, porque inclusive eu estou em campanha também, à minha reeleição”, declarou. “Esse fim de semana eu fiquei intensivamente fazendo campanha na zona leste, na zona sul. Fiz também em Osasco. Tenho dado a minha contribuição à candidata majoritária ao mesmo tempo em que faço a minha campanha”, acrescentou.

De acordo com Erundina, o PSB levou um tempo para se reestruturar após a morte de Eduardo Campos. “O partido teve que se recompor para enfrentar a campanha. Eu vim substituir um companheiro que se afastou, então não foi um período fácil. Marina como vice era uma coisa, o seu grupo tinha uma participação em um nível; ela na cabeça de chapa tem outra participação. Agora são dois grupos políticos que pela primeira vez atuam juntos para construir uma candidatura e um projeto em nome de um partido, que é o PSB”, afirmou.

Críticas

Em julho do ano passado, quando Marina tentava registrar a Rede Sustentabilidade como partido, Erundina afirmou, em entrevista, que a ex-senadora “desorganiza” e “deseduca” a política. “A Marina é uma pessoa maravilhosa, mas entra no senso comum da sociedade do ponto de vista de negar a política, negar partido. Tanto que é 'Rede', não é 'partido'. Acho que isso desorganiza, deseduca politicamente. Não há política e não há democracia sem partidos”, disse Erundina, na ocasião.

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Ontem, antes do debate, a deputada afirmou que Marina é “muito coerente e muito decidida a cumprir seu papel na história do nosso País”. Sobre a entrevista de um ano atrás, Erundina disse que nada mudou. “Minhas posições a respeito daquelas questões são as mesmas. Eu não estou revendo posição nenhuma minha. Por outro lado, coincido e muito da proposta que ela está colocando em debate com a sociedade. Por isso que eu estou nesse projeto. E é o projeto do meu partido”, afirmou.

Questionada se não lhe “entristecia” o fato de Marina não ter incorporado em seu programa a proposta de casamento civil igualitário, uma demanda do movimento LGBT, Erundina disse que é preciso fazer política “dentro do possível”. “A política, meu irmão, tem que se dar de forma dentro do possível, do real, do que está se dando no momento. O momento da política é esse: é a gente estar disputando a Presidência da República com um projeto que sinaliza com uma perspectiva de mudança de cultura política, da forma de ser governo e gerenciar o Estado”.

E a Marina tem condições de governar? “Não ela sozinha. Ninguém, sozinha”, encerrou.

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Fonte: Terra
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