Um áudio publicado pelo jornal Folha de S.Paulo mostra um integrante da campanha do candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pedindo a um cinegrafista da Jovem Pan para apagar imagens do tiroteio que ocorreu em Paraisópolis, em São Paulo, que interrompeu a agenda do político na comunidade na semana passada.
De acordo com a reportagem, após o ocorrido, o cinegrafista e outros colegas de imprensa foram levados em uma van da campanha até um prédio usado pela equipe de Tarcísio. No local, o profissional foi questionado sobre o que ele tinha filmado e houve a ordem para que ele apagasse as imagens.
"Você filmou os policiais atirando?", pergunta um integrante da campanha. "Não, trocando tiro efetivamente, não. Tenho tiro da PM pra cima dos caras", responde o cinegrafista. O membro da campanha ainda pergunta se ele teria filmado as pessoas que estavam no local em que o evento de Tarcísio foi realizado. "Você tem que apagar", diz o segurança.
Após a repercussão da reportagem, a campanha de Tarcísio divulgou uma nota nesta terça-feira, 25, em que nega qualquer impedimento de veiculação de imagens em relação ao tiroteio. Segundo o posicionamento, houve apenas um pedido para que não fossem enviadas imagens que expunham as pessoas que estavam no local, incluindo jornalistas.
Transformar um episódio de violência em uma narrativa mentirosa é algo que extrapola qualquer limite. É injustificável. Chega de Fake News. pic.twitter.com/fYbOjBPRvL
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) October 25, 2022
De acordo com a campanha do ex-ministro da Infraestrutura, há uma "grave tentativa de descontextualização do episódio em Paraisópolis e de interpretação equivocada do áudio divulgado". "Em primeiro lugar, o cinegrafista, bem como outros jornalistas que estavam em situação de risco, foram colocados na van da equipe de Tarcísio para garantir a sua segurança na saída do local. Nesse momento, foi pedido que não fossem feitas imagens internas do carro e nem na chegada da base de trabalho da equipe para que ninguém fosse exposto dada a gravidade do ocorrido", esclareceu.
Ainda de acordo com a nota divulgada, ao chegar na base, um integrante da equipe perguntou ao cinegrafista se ele havia filmado aqueles que estavam no local e se seria possível não enviar essa parte do vídeo "para não expor as pessoas que estavam lá". "O questionamento foi feito na chegada da base, após o tiroteio, em frente a todos que lá estavam, incluindo jornalistas de outras emissoras", pontua.
"Nunca houve nenhum impedimento por parte da campanha em relação a isso. Qualquer afirmação que questione isso é uma mentira", afirma.
A nota também afirma que a equipe e o instituto em que o candidato fazia campanha passaram por um "episódio traumático, no qual tiveram as suas vidas em risco", e acusa parte da imprensa e da campanha de Fernando Haddad (PT), de fazer "uso desrespeitoso" do episódio. "É algo que extrapola qualquer limite referente a posicionamentos políticos e à própria disputa eleitoral".
*Com informações do Estado de S.Paulo