O governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Claudio Castro (PL), foi alvo preferencial dos adversários em debate na noite deste sábado, 17, devido aos escândalos de corrupção que têm vindo à tona em plena campanha.
Os postulantes de partidos de esquerda, Marcelo Freixo (PSB) e Rodrigo Neves (PDT), e da direita, Paulo Ganime (Novo), exploraram reiteradamente a prisão do ex-chefe de Polícia Civil de Castro, Allan Turnowski, por envolvimento com o Jogo do Bicho esta semana. Eles também mencionaram os casos de pagamentos a 'fantasmas' na Fundação Ceperj e na Uerj, ambos com recursos que advêm do caixa estadual. O debate foi organizado pelo canal de televisão SBT em parceria com o portal Terra, a rádio NovaBrasil FM e a revista Veja.
Castro lidera as pesquisas, o que faz dele opção natural para as críticas de adversários. Ele estacionou com 31% das intenções de voto nas duas últimas sondagens do Datafolha, à frente de Freixo, que tem 27%, Rodrigo Neves, com 8%, e Paulo Ganime, com 1%.
Em linha com o que tem feito nas inserções de rádio e televisão, o governador não negou as acusações dos concorrentes. Ele se limitou a dizer que governar não é um "parque de diversões" e "tem problemas". Sobre Turnowski, Castro disse que, no momento em que o designou para chefiar a polícia, tratava-se de uma "referência" na Polícia Civil do Rio.
Em esforço para se desvincular de Witzel e os escândalos de corrupção na Saúde durante a pandemia, Castro disse, por mais de uma vez, que só esteve dois anos à frente do Estado. No período, sustentou, teria multiplicado obras de infraestrutura no Estado e melhorado estatísticas de segurança pública. "O trabalho da segurança pública é maior do que as pessoas", disse, ao alegar que equipou as corporações, abriu novos concursos e fez cair as estatísticas de assaltos e roubos de carga. Ao retrucar Freixo, Castro mencionou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que o adversário usa réguas diferentes para aliados e adversários.
Críticas a Freixo
Em debate marcado por mais ataques que propostas, o segundo candidato mais visado foi Marcelo Freixo. Os demais candidatos apontaram o que seriam contradições de Freixo ao expandir suas alianças políticas para incluir políticos de centro, como o ex-prefeito Cesar Maia, e liberais, como o economista Armínio Fraga.
A certa altura, Freixo foi chamado de "Marcelo Fake" por Ganime, que o questionou por ter votado contra o marco do saneamento e a lei da liberdade econômica no Congresso e, agora, relativizar essas posições. O candidato do PSB também foi questionado por ter como marqueteiro Renato Pereira, que já atuou em campanhas do ex-governador Sérgio Cabral, hoje preso. Em resposta, Freixo disse tratar-se de "profissional pelo qual tem respeito" e que vai ajudá-lo a "mudar o histórico do Estado".
Castro insistiu no debate sobre segurança pública, ao explorar o fato de Freixo ter endossado propostas para limitar ações policiais em comunidades, à exemplo do uso de helicópteros como plataformas de tiro, o que, em suas palavras, deixaria policiais descobertos. "Para comandar a segurança pública, não pode ser frouxo", disse Castro. Neves, do PDT, foi pela mesma linha, ao dizer que Freixo não teria condições de comandar a polícia devido às suas ideologias". Em resposta, Freixo reivindicou a relatoria da CPI das milícias na Alerj, que o projetou para o cenário nacional.
Propostas
Esvaziadas, as propostas ficaram para as áreas de educação, nas quais Freixo prometeu a contratação de explicadores recém formados em universidades para escolas estaduais, a fim de compensar as perdas de aprendizados dos alunos na pandemia. Na mesma área, Neves prometeu creche integral em toda a rede estadual e o resgate do modelo dos Cieps, também em horário integral. Castro prometeu continuidade da atual política de segurança e mais obras de infraestrutura com focos no Norte e Noroeste do Estado.
Assista ao debate do RJ na íntegra: