O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Edson Fachin, declarou nesta terça-feira (17) que o Brasil não aceita mais "aventuras autoritárias". A declaração no plenário do tribunal na abertura da palestra "Democracia e eleições na América Latina e os desafios das autoridades eleitorais".
"O mundo observa, com atenção, o processo eleitoral brasileiro de 2022. Somos, hoje, uma vitrine para os analistas internacionais, e cabe à sociedade brasileira garantir que levaremos aos nossos vizinhos uma mensagem de estabilidade, de paz e segurança, e de que o Brasil não mais aquiesce a aventuras autoritárias", disse Fachin em sua primeira fala.
O ministro marca posição após semanas de ataques ao processo eleitoral por parte do presidente Jair Bolsonaro. O chefe do executivo chegou a sugerir uma apuração paralela de votos por parte das Forças Armadas e também revelou que contratará uma consultoria externa para auditar as urnas eletrônicas e o resultado das eleições.
Fachin também falou sobre o voto impresso e citou exemplos internacionais de países que utilizam as eleições por cédular de papel: "as discórdias quanto aos resultados das eleições presidenciais do primeiro turno no Equador, em fevereiro do ano passado, e do segundo turno no Peru, alguns meses depois, sem falar nos Estados Unidos, evidenciam os transtornos a que podem conduzir a apuração de cédulas de papel".