Em entrevista à Rádio Jornal de Pernambuco, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que ao lado de Manuela D'Ávila (PCdoB) integra como vice a chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, negou nesta quarta-feira, 8, que haja problemas com Ciro Gomes (PDT), principalmente após o pedetista ter sido isolado no acordo que o PT celebrou com o PSB nas eleições 2018.
"Somos amigos do Ciro e estaremos juntos no segundo turno para vencer o governo do PSDB e do Temer. Ciro está do nosso lado", disse Haddad, afirmando que se relaciona muito bem com a classe política que está muito honrado em integrar como um dos vices a chapa petista. Além disso, disse ter certeza que Lula estará no segundo turno das eleições. "Isso se não ganhar já no primeiro turno", emendou.
Haddad falou ao programa de Geraldo Freire por cerca de vinte minutos, expondo os principais pontos do programa de governo do PT para essas eleições presidenciais. "A determinação Lula é que a gente percorra o País levando sua mensagem e o programa de governo. Lula quer que o povo saiba o que será seu terceiro mandato", destacou.
Indagado se está confiante no sucesso da campanha petista neste pleito, depois de amargar a derrota para a Prefeitura de São Paulo, em 2016, Haddad justificou que houve muitas mentiras naquela ocasião e o candidato que ganhou (o tucano João Doria, candidato ao governo de São Paulo) é atualmente um dos campeões em rejeição. "Muita coisa mudou de lá pra cá", disse, destacando que hoje o Nordeste está fechado com Lula e PT, "ainda mais com reforço da Manuela (D'Ávila, do PCdoB, a outra vice na chapa petista)".
Segundo o ex-prefeito de São Paulo, é preciso levar ao povo a esperança de que haverá trabalho, emprego e educação. Haddad disse ainda que os rumos do País estão equivocados. "O povo sabe que estamos no rumo errado, temos de resgatar o emprego, a educação. Hoje o projeto do Temer e do PSDB é o maior problema do País." O petista disse ainda que o projeto em curso "não deu certo" e é preciso impedir o "desmonte" do País.
Indagado sobre o projeto do presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, de militarizar as escolas, Haddad disse que não se pode achar que só militar é quem demanda respeito no País. "Não se pode usar a força para se fazer respeitar. Temos de recompor as bases da comunidade escolar", emendou.
No final da entrevista, Fernando Haddad, que também é o coordenador do programa de governo do PT, defendeu que os regimes próprios de previdência nos Estados precisam ser ajustados. "É preciso pactuar as reformas sem sacrificar os mais pobres e sem perder os direitos. Lula e Dilma (ex-presidente Dilma Rousseff) já fizeram isso."