Gabriel Galípolo, nomeado por Luiz Inácio Lula da Silva para liderar o Banco Central do Brasil, será a figura central na sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Essa sessão, agendada para o dia 8 de outubro, é um passo obrigatório para a possível aprovação de seu nome pelo Plenário, segundo a Agência Senado. A expectativa é alta, já que Galípolo pode assumir o comando da instituição em janeiro de 2025, ocupando o cargo agora de Roberto Campos Neto.
A mensagem oficial da indicação foi recebida pelo Senado na quarta-feira (2), com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, marcando a votação definitiva no Plenário também para essa data crucial. Este processo é parte do sistema estabelecido pela Constituição para garantir que todas as indicações para a diretoria do Banco Central passem pela devida avaliação e votação secreta, tanto na CAE quanto no Plenário.
Quem é ele?
Gabriel Muricca Galípolo, atualmente com 42 anos, possui uma trajetória rica em experiências e cargos importantes. Ele desempenha o papel de diretor de Política Monetária do Banco Central, tendo sido sabatinado e aprovado para o cargo no Senado em julho de 2023. Natural de São Paulo, Galípolo carrega em seu currículo uma sólida formação acadêmica com graduação e mestrado em economia pela PUC-SP, além de experiências significativas no setor privado e público.
Entre 2017 e 2021, foi presidente do Banco Fator, além de ter exercido a função de secretário-executivo do Ministério da Fazenda no início da gestão de Fernando Haddad. Iniciou sua trajetória pública em 2007, atuando sob a gestão de José Serra no governo de São Paulo, o que demonstra sua longa e variada experiência na administração pública e na área econômica.
Autonomia do Banco Central
A autonomia do Banco Central, uma conquista materializada pela Lei Complementar 179 de 2021, modifica significativamente sua dinâmica de funcionamento. Classificado como uma autarquia de natureza especial, o BC opera sem a típica vinculação a ministérios, ampliando sua independência técnica, operacional e financeira. Esse grau de autonomia ainda está sob discussão, com propostas de emendas constitucionais e leis complementares tramitando no Congresso para ajustar ou até mesmo revogar essa autonomia.
As discussões são parte de um movimento mais amplo que envolve o projeto de lei complementar PLP 19/2023, atualmente em análise na Câmara dos Deputados. A proposta busca revogar a autonomia conquistada e está gerando debates políticos consideráveis.
Como os cidadãos podem participar do processo?
Durante eventos interativos, como a sabatina de Galípolo, é possível enviar perguntas e comentários através da Ouvidoria do Senado, pelo número 0800 061 2211, ou utilizar o Portal e-Cidadania para ter suas vozes ouvidas pelos senadores.