Líderes e integrantes do Partido Novo assinaram um manifesto em que pedem a desfiliação de João Amoêdo da sigla, após o ex-presidente do partido declarar apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das Eleições federais de 2022. Ele chegou a ser publicamente criticado pelo Novo após a declaração.
Cerca de 80 filiados do partido, dentre eles o governador reeleito em Minas Gerais, Romeu Zema, e o candidato à presidência da República, Felipe D'Ávila. O documento lista sete argumentos para embasar o pedido.
Eles apontam que Amoêdo constrange o partido com sua decisão em declarar apoio a Lula, além de que o povo brasileiro "confunde a figura de Amôedo com a do Partido Novo" .
Além do apoio ao petista, o manifesto aponta que o pedido de desfiliação do ex-representante do partido se dá por causa do antagonismo dele com os membros da sigla eleitos, a presença de Amoêdo em reuniões em que participantes ofenderam integrantes do Novo sem se contrapor, e declarações, em uma entrevista, de apoio a um candidato à presidência da Câmara dos Deputados de outro partido, embora o Novo tivesse seu próprio candidato.
Os signatários alegam ainda a falta de apoio público a candidatos do Novo, incluindo o presidenciável Felipe D'Ávila, constantes manifestações de desqualificação partidária e a "incoerência de estar em um projeto 'no qual não se acredita mais, sobretudo quando é reconhecido pela população geral como uma grande liderança do partido, a despeito de ser, formalmente, apenas um filiado".
Críticas do partido
João Amoêdo foi publicamente criticado pelo Partido Novo após declarar voto em Lula no segundo turno. Em nota publicada no perfil oficial no Twitter, o partido criticou o posicionamento do fundador e ex-presidente da legenda.
"É absolutamente incoerente e lamentável a declaração de voto de João Amoêdo em Lula, que sempre apoiou e financiou ditadores e protagonizou os maiores escândalos de corrupção da história", afirma a nota do partido. "Seu posicionamento não representa o Partido Novo e vai contra tudo o que sempre defendemos."
Amoêdo afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo, que desistiu de anular o voto no segundo turno por considerar que o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, representa um risco "consideravelmente maior" ao País neste momento. Ele disse que Lula também não o representa, e que fará oposição a qualquer um dos dois que vença a eleição.
O atual presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, também se manifestou pelo Twitter. "Vergonhosa, constrangedora e incoerente a declaração de voto de João Amoêdo em Lula. O PT e o Lula representam tudo o que o nosso partido sempre combateu", escreveu ele. "Essa é a prova final de que o Novo nunca mudou, quem mudou foi o João."
