Luciana Genro promete asilo a Snowden se eleita presidente

Candidata do Psol à presidência da República teve encontro, na tarde desta quinta-feira, no Rio de Janeiro, com o jornalista americano Gleen Greenwald, autor de uma série de reportagens baseadas em denúncias do ex-funcionário da NSA

7 ago 2014 - 18h24
(atualizado às 18h28)

A candidata do Psol à presidência da República, Luciana Genro, disse na tarde desta quinta-feira que, se vencer o pleito nacional de outubro, terá como sua primeira decisão diplomática a concessão de asilo político a Edward Snowden, ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança (NSA), dos EUA, e responsável por denunciar um esquema de espionagem americano por todo o mundo.

<p>Luciana Genro ao lado do jornalista Gleen Greenwald</p>
Luciana Genro ao lado do jornalista Gleen Greenwald
Foto: Andre Naddeo / Terra

“Eu falo isso como candidata, mas é uma decisão que não precisa esperar. É uma obrigação do governo brasileiro acolher o Snowden”, afirmou Genro, após encontro com o jornalista americano Gleen Greenwald, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Ele foi o responsável pelas reportagens que denunciaram um esquema amplo de espionagem dos EUA tendo como alvos cidadãos, empresas e até presidentes de diversos países.

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No caso do Brasil, os principais alvos foram a Petrobras e a presidente Dilma Rousseff. “Esses esclarecimentos só o Snowden pode dar. Então, é de interesse do Brasil a vinda dele para se entender esse processo de espionagem da presidência, de uma empresa estatal e de como as empresas de telecomunicação ficam nessa história, ou seja, se elas sabiam disso ou se também foram surpreendidas”, analisou Genro.

No dia em que a Rússia estendeu a permissão para Snowden permanecer em solo russo por mais três anos, Greenwald acredita que o Brasil e outros países espionados “têm obrigação de dar o asilo, pois ele teve coragem de divulgar tudo isso. Ele ajudou a proteger esse País.” Greenwald disse ainda que falou com o ex-funcionário da NSA esta semana e que, por mais que Vladimir Putin tenha prorrogado o prazo de sua permanência, “ele sabe que pode perder isso a qualquer momento e que a Rússia não é um país livre e democrático.”

“Ele está isolado, num país em que não fala a língua, longe da família, muito embora ele sabia que tudo isso poderia acontecer com ele”, afirmou. “O Brasil precisa entender que os EUA não podem fazer nada. Quando o Lula assinou um acordo com a Turquia, todos falaram mal, mas nem os Estados Unidos e nem a Inglaterra fizeram nada. O Brasil hoje é importante no mundo e tem muita força, precisa saber disso”, completou.

Para a candidata do Psol, a questão é ainda mais ampla. “O Brasi tem medo dos EUA”, comentou. “Esse abuso tem como objetivo eliminar dissidências. Este governo teria que ter a obrigação de enfrentar os americanos para que nossos interesses fossem protegidos”, completou. Ela finalizou afirmando que pretende abordar o tema em sua propaganda de rádio e TV, “muito embora a gente tenha apenas 52 segundos.”

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Fonte: Terra
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