O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira, 5, que deve incluir em seu programa de governo as propostas da senadora Simone Tebet (MDB), que anunciou apoio ao petista. O ex-presidente também quer que a emedebista viaje com ele para reforçar seu palanque em todo o país. Em um almoço com Lula, Simone aceitou participar de sua agenda.
"Eu acho que a Simone fez uma coisa muito digna. Ela foi uma candidata, teve uma votação expressiva, e ela tinha um programa. Ela quer que parte do programa que ela defendia seja incluído em nosso programa", disse Lula.
O ex-presidente disse que Simone mostrou a ele sua reivindicações, e que elas "são totalmente possíveis de serem cumpridas" em seu programa. "Então, está tudo resolvido. Eu quero inclusive que a Simone viaje comigo. Nós temos candidatura do MDB em alguns estados e é importante que ela vá nesses comícios", afirmou.
A declaração foi feita à imprensa durante um evento de Lula com aliados do MDB. Entre eles, Helder Barbalho (MDB), Renan Calheiros (MDB), Alexandre Giordano (MDB). Durante o mesmo evento, Simone anunciou seu apoio à candidatura petista.
O evento contou com outros aliados e foi uma forma de fazer frente ao apoio conquistado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta terça, 4, dos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), e do Rio, Claudio Castro (PL).
Lula e a emedebista almoçaram na casa da ex-prefeita Marta Suplicy. Estavam também presentes a esposa do petista, Janja da Silva, o candidato a vice, Alckmin, o candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Durante o almoço, Simone afirmou a Lula que topava viajar com petista pelo país para reforçar seu palanque.
Terceira colocada na corrida presidencial do primeiro turno, a emedebista obteve cerca de 5 milhões de votos; mais cedo, a cúpula do MDB liberou seus diretórios estaduais e filiados a apoiarem Lula ou Bolsonaro, sem restrições. Pouco antes, o governador reeleito do DF, Ibaneis Rocha, aderiu à campanha do atual chefe do Executivo no segundo turno.
Agronegócio
O ex-presidente Lula ainda afirmou descartar fazer uma manifestação em aceno ao agronegócio, como aliados sugeriram - entre eles, Renan Calheiros (MDB). "O problema é que se fizer uma carta para o agro vai ter que fazer uma carta para muita gente que quer carta. O que eu acho é que eles me conhecem, gente, eu tive o Roberto Rodrigues como ministro da Agricultura, a Dilma teve a Kátia (Abreu) como ministra, eu tive aquele companheiro do Paraná, Reinhold Stephanes. Sabe, não há nenhuma divergência, eles nunca tiveram problema conosco no financiamento da agricultura. Agora, eles não são obrigados a votar em mim, podem ter suas opções políticas, o que não podem é mentir a meu respeito", disse Lula.
"Do ponto de vista financeiro, todos eles deveriam votar no Lula, sem ter dúvida. Agora, se tem um problema ideológico, aí eu respeito, ninguém é obrigado a votar", disse. "A pessoa tem o direito de falar: eu não gosto do Lula porque não gosto dele, não penso como ele, mas a pessoa pode ser verdadeira", afirmou.