O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou neste domingo seu apoio ao prefeito de São Paulo e candidato à reeleição pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, faltando uma semana para a realização das eleições municipais.
Lula participou de uma caminhada junto com Haddad, que se encontra estagnado em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto.
O ex-presidente destacou a política de educação implantada por Haddad em seus quatro anos à frente da prefeitura de São Paulo e declarou que acredita que "a periferia continuará votando no PT".
"Haddad, é plenamente possível que você ganhe esta eleição. Não é possível que as pessoas olhem para você, olhem para os outros e não lhe escolham", comentou Lula, que falou com seus simpatizantes do alto de um carro de som.
A popularidade de Haddad foi abalada nos últimos meses pela grave crise do PT, após as denúncias e escândalos de corrupção que afetam o partido e por causa do impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff.
Com 10% das intenções de voto, Haddad é o quarto nas pesquisas, que colocam o empresário João Doria, do PSDB, na liderança com 25%, após uma vertiginosa ascensão do candidato tucano nas últimas semanas.
Junto a Doria estão tecnicamente empatados Celso Russomano (PRB), com 22%, e Marta Suplicy (PMDB), com 20% das intenções de voto.
Lula voltou a enquadrar os principais oponentes de Haddad como candidatos que "apoiaram o golpe" contra Dilma Rousseff, em referência ao processo de impeachment que levou à destituição da ex-presidente.
"Há três candidatos golpistas aqui", ressaltou Lula, que nesta semana também reforçou a campanha dos candidatos do PT no nordeste do país.
O ex-presidente visitou sete cidades do nordeste, onde voltou a denunciar o que ele mesmo qualificou como "uma caçada judicial" para tirá-lo do cenário eleitoral nas eleições de 2018.
O juiz Sergio Moro aceitou esta semana a denúncia apresentada pelos procuradores do MPF contra Lula por corrupção e lavagem de dinheiro e abriu um processo contra ele.
Além da denúncia, os procuradores acusaram Lula de ser o "comandante máximo" do esquema de corrupção na Petrobras que é investigado pela Operação Lava Jato, na qual já foram condenados políticos, executivos das maiores empreiteiras do país e diretores da petrolífera estatal.