Os candidatos à Presidência da República foram às urnas votar na manhã deste domingo, 2. Os eleitores escolheram hoje os próximos deputados estaduais e distritais, deputados federais, senadores e presidente.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou à Escola Estadual João Firmino, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, pouco antes das 9h. Em entrevista a jornalistas, Lula disse que esta é a eleição "mais importante" para ele.
"Estou muito feliz. A gente ganhando as eleições, a gente vai dar conta do Brasil ser feliz. Tudo o que o povo deseja é voltar a ser feliz", declarou.
O Terra esteve no local e presenciou a chegada do ex-presidente no colégio eleitoral, que estava acompanhado da esposa, Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja, e de se seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), do candidato ao Governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) e outros políticos petistas.
A entrada no colégio foi tomada por jornalistas e cinegrafistas, que foram obrigados a passar por um detector de metais manual. No lado de fora, apoiadores de Lula marcaram presença com gritos de "Olê, olê, Olê... Lulaa, Lulaaaa". A reportagem não presenciou nenhuma manifestação de eleitores contrários ao petista.
Bolsonaro pede eleições limpas
O candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que votou na Escola Municipal Rosa da Fonseca, no Rio de Janeiro, também chegou à sua seção por volta das 9h. Acompanhado do deputado federal Daniel Silveira, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele disse esperar por "eleições limpas".
"Expectativa é de vitória hoje. Fui praticamente em todos os Estados do Brasil, fui muito bem recebido. (...) Eleições limpas, que vença o melhor", disse.
Apesar da passagem rápida pela zona eleitoral, a presença do presidente no local ocorreu sob forte esquema de segurança. Desde as primeiras horas, a Polícia Federal, a Polícia Militar e militares do Exército já faziam a segurança no entorno da escola. Além da presença dos agentes, também foram utilizados dois helicópteros da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).
As medidas de segurança, no entanto, não pararam por aí: grades foram espalhadas nas intermediações da zona eleitoral e tanto os eleitores como os profissionais de imprensa tiveram que passar por revistas e detectores de metais antes de entrar no local. O resultado foi longas filas e uma espera acima do normal para votar.
As enormes filas formadas tinham um ponto em comum: as camisas verde e amarela. O item, que se tornou símbolo da campanha bolsonarista, estava presente entre a maioria dos eleitores. O bairro de Marechal Hermes é conhecido por ser um reduto eleitoral de Bolsonaro.
Outros presidenciáveis
A candidata do MDB, Simone Tebet, votou por volta das 10h40, em Campo Grande (MS). Até as 11h deste domingo, a candidata não tinha feito qualquer comentário sobre o pleito, no qual disputa o terceiro lugar, nas pesquisas de intenção de voto, com Ciro Gomes (PDT). Tebet optou por prestar condolências à candidata ao governo de Pernambuco Raquel Lyra, que perdeu o marido nesta manhã.
"Certamente palavras não são suficientes para consolar neste momento, mas peço que Deus esteja com você e sua família e conforte seu coração", escreveu.
Ciro votou no mesmo horário que Tebet, em Fortaleza (CE). Apesar de não ter apresentado percentual expressivo de intenções de voto ao longo da campanha, ele se disse "esperançoso" para o dia de hoje.
"O sistemão é poderoso, mas nada disso tirou do meu coração a esperança. É o sentimento que eu tenho hoje", declarou o candidato, que admitiu ter questionado a si mesmo se valia a pena manter sua candidatura.
"Eu parei muitas vezes na campanha para pensar se valia a pena eu desistir de defender a decência, defender a justiça e defender a igualdade. Mas afirmo categoricamente: vale a pena", concluiu.
O candidato Felipe d'Avila (Novo) votou por volta das 9h40, no Colégio Mater Dei, no bairro Jardim Paulista, em São Paulo. D'Avila estava acompanhado do candidato a governador de São Paulo pelo partido, Vinicius Poit.
O presidenciável afirmou que o Novo deve seguir neutro no segundo turno. As equipes da campanha levaram vassouras e um mascote vestido de vaca, para representar que o partido não usa recursos do fundo eleitoral ou partidário e para "varrer os santinhos de políticos que ficam jogando na rua".
"Como já venho dizendo, eu não vou apoiar nenhum dos dois populistas. Toda a (nossa) campanha é para dar uma alternativa ao brasileiro que não seja populista. O populismo vai continuar, infelizmente, erodindo a democracia e a liberdade brasileira", afirmou o candidato em entrevista coletiva aos jornalistas no local de votação.
O candidato à Presidência pelo PTB, Padre Kelmon, chegou para votar na Escola Adroaldo Ribeiro Costa, no bairro do Cabula, em Salvador, por volta das 8h15, acompanhado de assessores. Questionado se a instituição permite que ele se candidate, disse que teve licença para exercer "a evangelização da política".
"Todo político também se diz cristão, todo político não precisa de orientação?", disse. Ele voltou a repetir que faz parte de uma linha da igreja católica ortodoxa com sede no Peru e que as pessoas desconhecem.
Candidata à Presidência que ficou conhecida pelo tom agressivo nos debates e pela insistência na proposta do imposto único, Soraya Thronicke (União Brasil) votou em Campo Grande (MS). Soraya disse, em entrevista, que é "uma sul-mato-grossense raiz".
"Não fujo nunca da raia e continuo sendo fiel às bandeiras que me elegeram lá em 2018, como combate à corrupção, economia de mercado liberal e bandeira do respeito às instituições", afirmou.
Já a candidata Vera Lúcia (PSTU) votou na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, no final da manhã. Agradecida por cada voto que recebeu nesta eleição, Vera destacou que fez uma "campanha bonita".
"Nas ruas, nas poprtas das fábricas, nos canteiros de obras, nos bairros populares, nos quilombos e territórios indígenas, nas escolas e nas universidades, apresentando uma alternativa independente, revolucionária e socialista, com um programa que aponta medidas concretas aos problemas mais sentidos pela nossa classe", avaliou.
*Com informações de Estadão Conteúdo e Carta Capital.