Lula tenta corrigir fala sobre agro e diz que setor tem 'muita gente responsável'

Em sabatina da CNN Brasil, ex-presidente defendeu que há empresários que 'se comportam dignamente'

12 set 2022 - 22h40

Em aceno ao agronegócio, setor com o qual está estremecido após dizer no Jornal Nacional que parte dele é "fascista e direitista", o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta segunda-feira, 12, que entre os produtores de alimentos há "muita gente responsável", "que cuida do meio ambiente" e "está tentando preservar".

"Tem empresários grandes no agro que se comportam dignamente", declarou Lula em sabatina da CNN Brasil. Ele disse conhecer os responsáveis e os irresponsáveis do agronegócio e chamou o setor de "muito importante". "Tem parte do agronegócio que vota no PT e parte que não vota", acrescentou o ex-presidente, que, em seguida, destacou que o segmento recebeu financiamentos históricos na era PT.

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Lula segue na liderança das intenções de voto na disputa pela Presidência Foto: Carla Carniel/Reuters

O candidato do PT também minimizou o loteamento político de estatais. Ao ser questionado pelo jornalista William Waack se sabia do loteamento político que ocorreu na Petrobras durante seu governo, Lula respondeu que isso "acontece na democracia de qualquer país do mundo". "Quando você ganha eleição, você faz uma composição para ganhar as eleições", declarou o petista.

"Se a gente ganhar as eleições, esses partidos (que integram a coligação) vão participar do governo e vão ter direito de indicar aqui, como indicaram na Alemanha, nos Estados Unidos, na França. Isso faz parte da democracia", acrescentou.

De acordo com o ex-presidente, "não tem como fazer se não for assim". "O que não tem sentido é você ganhar as eleições e seu adversário indicar."

O ex-presidente também defendeu que tais indicações ocorrem via conselho das empresas. A resposta veio em meio a uma série de perguntas de Waack sobre casos de corrupção investigados pela operação Lava Jato na Petrobras, que resultaram em uma delações contra o seu governo.

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"As pessoas que eu indiquei para a Petrobras eram pessoas com mais de 30 anos (na empresa). Não era um corpo estranho. Eram pessoas que pertenciam a partidos políticos, como muitos de hoje pertencem", disse. "Vai ser assim a vida inteira."

Lula também afirmou que a escolha de ministros do Supremo, do diretor-geral da Polícia Federal, do Procurador-Geral da República, do diretor do conselho da Petrobras parte de "indicação de pessoas que participaram de seu processo" eleitoral, seguida de investigações da Presidência e de outros Poderes.

Judiciário

Pouco após a nova presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, declarar em sua cerimônia de posse que a Corte tem a última palavra em uma democracia, Lula afirmou, durante a sabatina, que o Judiciário às vezes "se comporta fazendo política".

"O problema é que no Brasil temos certa anormalidade hoje. Tem hora que o Poder Legislativo se mete em ser Judiciário, em ser Executivo. Poder Executivo afronta Legislativo e Judiciário às vezes se comporta fazendo política. Se cada um cumprir com sua função, governo governa, legislativo legisla e judiciário cumpre papel de ser garantidor da Constituição", afirmou.

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