Lula vota em São Bernardo do Campo sob vaias e aplausos

2 out 2016 - 14h10

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva votou às 11h30m da manhã na Escola Estadual José Firmino Correia de Araújo, no Jardim Lavínia, em São Bernardo do Campo. Ao chegar, estava acompanhado do candidato a prefeito pelo PT, Tarcísio Cecoli. Lula foi recebido por aplausos e vaias de eleitores que votavam no mesmo local e, ao ser questionado sobre as manifestações, disse que não ouvia as vaias porque os aplausos eram mais altos.

"Eu nem ouvi as vaias. Era tanto aplauso que nem ouvi. Eu tenho noção da minha relação com a sociedade brasileira e o que estou sentindo é que quanto mais ódio se estimula contra mim, mais amor se cria a meu favor". Ele disse, ainda, que as pessoas contrárias a ele começarão a se surpreender porque, a partir destas eleições, ele começará a andar pelo Brasil.

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Lula afirmou que o PT não é o primeiro a experimentar momentos complicados e que, além da crise pela qual passa o partido, a legenda ainda enfrenta uma guerra da imprensa contra o PT, que já dura sete anos, disse. "O PT sobrevive aparecendo em todas as pesquisas como a legenda preferida do brasileiro. O fato de o PT ser a legenda preferida, ter o dobro de preferência do que tem o PSDB e o dobro de preferência do que tem o PMDB nessa crise, demonstra que se enganam aqueles que pensam que podem acabar com o PT atacando uma personalidade", afirmou.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante caminhada de campanha do candidato à reeleição pelo PT, Fernando Haddad, no centro de São Paulo (SP), na manhã de sexta-feira (30)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante caminhada de campanha do candidato à reeleição pelo PT, Fernando Haddad, no centro de São Paulo (SP), na manhã de sexta-feira (30)
Foto: Uriel Punk/Futura Press

Vivendo no anonimato

Segundo Lula, o PT tem milhões de pessoas que vivem no anonimato, trabalhando nos mais diversos lugares às vezes com medo de dizer que são petistas. "O PT é mais do que um conjunto de pessoas, é uma multidão e eu acho que vai surpreender nessa eleição. Obviamente que perder e ganhar uma eleição faz parte do jogo. E isso não define a história de um partido".

Lula elogiou tanto o candidato à prefeitura de São Bernardo do Campo, Tarcísio Cecoli, quanto o candidato à reeleição para a prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. Ele disse que ambos são capazes de administrar as cidades.

"Tenho certeza de que Haddad é um orgulho para uma cidade como São Paulo e de que é um orgulho para uma cidade como essa ter essa qualidade de pessoa como prefeito. São Paulo não merece correr o risco de perder a possibilidade de reeleger o Haddad para colocar um aventureiro, uma pessoa da qual não se sabe nada sobre a vida [dela]".

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Polícia Federal é criticada por Lula

Lula criticou as operações da Polícia Federal contra membros do PT e disse não acreditar que a Operação Lava Jato possa interferir no resultado das urnas nas cidades. "Não acredito que uma coisa só possa ter influência para as eleições. A eleição muitas vezes é nacionalizada na capital, mas, nas cidades médias e pequenas, o povo vota em função da obra que será feita na sua rua, da escola que vai ser feita no bairro, do hospital que vai ser construído na relação do prefeito com a sociedade. É uma coisa mais íntima. Ele quer saber se o eleito vai cuidar da cidade".

O ex-presidente disse, ainda, que o partido [PT] deve sair fortalecido destas eleições e que está se preparando para outros embates. Lula fez também críticas à imprensa e disse ter uma história de vida pública no Brasil e no mundo que ainda está sendo construída.

"Nós já nascemos contra a maré, nunca tive a imprensa favorável a mim e sobrevivi. As pessoas se enganam quando pensam que a televisão, uma revista ou um jornal podem tudo. Eles podem uma parte, o povo pode mais do que eles e, quando vai tendo consciência, a gente fica tranquilo".

Agência Brasil
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