Por 10 votos a 2, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter o afastamento do cargo do governador de Alagoas e candidato à reeleição, Paulo Dantas (MDB), alvo de uma investigação que apura a prática sistemática de desvio de recursos públicos que ocorre desde o ano de 2019, na época em que era deputado estadual, conforme a Procuradoria-Geral da República.
Dantas havia sido afastado na terça-feira por ordem da ministra do STJ Laurita Vaz no âmbito da Operação Edema.
Nesta quinta, mesmo em meio ao julgamento pelo STJ, o governador afastado participou de uma agenda com o presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, em Maceió no qual o petista saiu em defesa do emedebista, comparando à situação que passou nas eleições gerais passadas.
Na ocasião, Lula --mesmo na frente das pesquisas ao Palácio do Planalto-- foi considerado inelegível pela Justiça Eleitoral e tinha sido preso após condenações no âmbito da Lava Jato.
"Essa condenação precipitada sua me cheira à minha condenação. Ou seja, por que eu fui condenado? Exatamente para evitar que eu fosse candidato em 2018. Quem é que tem interesse em evitar que você seja candidato? Alguém, eu não vou dizer o nome", disse Lula ao lado do governador afastado.
"Eu fiz questão de vir aqui, e havia pessoas que diziam 'não vai a Alagoas, porque o candidato lá está sub judice'... eu queria dizer a você, eu jamais deixarei um companheiro no meio do caminho", emendou.
Deputado estadual até o início deste ano, Dantas renunciou ao cargo e assumiu o posto de governador-tampão em uma eleição indireta com o apoio do grupo político do ex-presidente do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e do ex-governador e senador eleito Renan Filho (MDB).
Posteriormente, Dantas concorreu ao governo estadual e encerrou o primeiro turno com 46,64% dos votos válidos contra 26,79% do senador Rodrigo Cunha (União Brasil), apoiado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), adversário do grupo político liderado por Renan Calheiros.