O candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) falou com jornalistas no início da tarde desta segunda-feira, 16, após deixar o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo. Ele se dirigiu ao local após receber alta do Hospital Sírio-Libanês na manhã desta segunda. Na noite de domingo, 15, o ex-coach foi agredido por José Luiz Datena (PSDB) com uma cadeira durante o debate da TV Cultura entre os candidatos ao cargo de prefeito da capital paulista nas eleições 2024.
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De acordo com Marçal, ele foi ao IML realizar um exame de corpo delito para registrar um boletim de ocorrência contra Datena por lesão corporal e injúria. A campanha do candidato informou que a agenda dele para esta segunda-feira está mantida, incluindo uma caminhada, às 15h, na rua Santa Ifigênia, no centro de São Paulo.
Mais cedo, o Hospital Sírio-Libanês divulgou o boletim médico de Pablo Marçal. De acordo com o comunicado, o candidato do PRTB foi internado no local "após traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas".
Ainda segundo o boletim, o ex-coach foi avaliado pelas equipes de clínica médica e de ortopedia e está de alta hospitalar. Pablo Marçal alegou ter ido ao hospital por estar sentindo "dificuldade de respirar fundo". após a cadeirada.
Datena nega arrependimento por agressão
Nesta segunda-feira, 16, Datena manteve o mesmo discurso que adotou em entrevista aos jornalistas ainda no Teatro B32 após dar uma cadeirada em Pablo Marçal e afirmou que não se arrepende. Além disso, o apresentador afirmou que o ex-coach "precisava também ser contido com atos".
"Não defendo o uso da violência para resolver um conflito. Essa é a regra e sempre a respeitei nos meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem. Porque torna-se difícil obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente. Infelizmente, foi o que aconteceu na noite deste domingo durante debate promovido pela TV Cultura. (...) Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto", afirmou em comunicado oficial.
Datena admitiu o erro, mas voltou a dizer que "forma alguma se arrependo". "Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário. Espero, com minha atitude, ter mostrado, de uma vez por todas, o risco que a candidatura de Pablo Marçal representa para a integridade das pessoas, para a nossa democracia e para a sobrevivência de milhões de cidadãos que dependem da atuação da prefeitura de São Paulo para ter uma vida menos indigna."
Entenda o caso de agressão
No quarto bloco, por volta das 23h, após pergunta do influenciador sobre quando Datena iria "parar com essa palhaçada", ao fazer referência à sua possível desistência da política, o apresentador saiu de seu púlpito e partiu em direção a Marçal com a cadeira.
Após a interrupção da transmissão, o mediador Leão Serva declarou: "Vivemos agora, nesse intervalo forçado, um dos eventos mais absurdos da história da televisão brasileira". Conforme o mediador, a decisão da emissora foi expulsar o candidato do debate por cometer, sucessivamente, três falhas graves.
Marçal também se retirou, sob justificativa de que estava se sentindo mal. Consultados, os candidatos presentes optaram por continuar no debate.
Anteriormente, o influenciador relembrou a acusação de assédio contra o tucano e afirmou que Datena pagou pelo silêncio da suposta vítima. O apresentador, por sua vez, chamou o Marçal de "ladrãozinho de banco".
Os ataques se iniciaram com a recusa de Datena de fazer uma pergunta ao Marçal. A partir deste momento, a hostilidade entre ambos se intensificou.