No mesmo debate, Marçal pergunta 10 vezes para Nunes sobre denúncia de agressão contra esposa

Outros candidatos também trouxeram o tema à tona durante debate realizado nesta segunda-feira, 30

30 set 2024 - 16h08
(atualizado às 16h21)
Marçal e Nunes em debate realizado pela Folha de S. Paulo e pelo UOL
Marçal e Nunes em debate realizado pela Folha de S. Paulo e pelo UOL
Foto: Reprodução/Youtube/UOL

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) questionou 10 vezes nesta segunda-feira, 30, o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), sobre o boletim de ocorrência que sua esposa Regina Carnovale abriu contra ele, em 2011, por violência doméstica.

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Regina é casada com Nunes há 27 anos e, juntos, eles têm três filhos. De acordo com a polícia, na ocasião em que houve o registro do B.O. contra o marido, Regina afirmou que eles viviam em união estável há 12 anos, mas que estavam separados há sete meses por conta do "ciúmes excessivo" de Nunes, que na época era vereador.

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Posteriormente, ela retirou a acusação. Em 2020, quando o caso se tornou público, ela negou as agressões e disse que "estava em um momento difícil". "Acabei dizendo coisas que não são reais, tanto é que estamos juntos há mais de 20 anos", declarou.

O episódio foi amplamente explorado por Marçal no debate realizado pela Folha de S. Paulo e pelo UOL na manhã desta segunda-feira. A primeira vez, ele perguntou: "Ricardo Nunes, por favor, eu não vou tocar nesse assunto se você explicar ele em definitivo, porque você não responde nenhuma pergunta que qualquer um dos candidatos faz para você. A pergunta é, por que a sua esposa registrou o boletim de ocorrência por violência doméstica?"

Em resposta, Nunes rebateu: "O Pablo Henrique. E sabe por que é que é Pablo Henrique? Porque é o que está lá no inquérito da Polícia Federal, que ele foi condenado. Eu sou casado há 27 anos, 27 anos. Eu amo a minha esposa, nunca levantei um dedo para ela. Como você é baixo, cara, como você é baixo."

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Os candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB) também trouxeram o tema à tona durante o confronto. 

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"Existe uma acusação real que foi colocada em relação ao boletim de ocorrência que você precisa responder. Pablo Marçal é um provocador, é isso que ele é. Mas existe uma acusação real, aqui no UOL, na sua sabatina. Você negou o B.O. e foi desmentido pelas próprias jornalistas, dentre elas, a Fabiola [mediadora do debate]. Não dá para você querer ficar tapando o sol com a peneira", disse Boulos.

Em um segundo momento, o candidato do PSOL voltou a questionar Nunes: "Mas eu queria notar também essa situação do Ricardo Nunes não responder as coisas. É grave. Não respondeu novamente se o Bolsonaro vai indicar a gente ou não na sua gestão. Qual é a conclusão que a gente pode tirar? Não respondeu sobre as várias investigações em relação a ele e sobre o boletim de ocorrência de violência doméstica".

Já Tabata Amaral falou sobre dados de feminicídio na cidade de São Paulo e não chegou a questionar o atual prefeito de forma direta: "Vamos falar de violência doméstica, mas não ridicularizando um tema que é tão importante como infelizmente muitos adversários fazem. São Paulo bateu recorde de feminicídio nesse ano, já foram 25 feminicídios. E tem uma acusação, sim, muito grave em cima do prefeito, que é o fato de fazer muito pouco, quase nada para mudar essa realidade", afirmou.

"Nós sabemos que a violência doméstica, ela começa com abuso psicológico. É por isso que eu falo tanto da importância da gente garantir apoio psicológico e independência financeira para nossas mulheres. E aquelas mulheres que foram ameaçadas, elas merecem a proteção do poder público. Seja numa casa sigilosa, na qual elas possam estar até se reerguerem, estarem seguras, seja garantindo a Patrulha Maria da Penha. Nós temos hoje menos de 140 guardas fazendo esse patrulhamento. É muito pouco para as mulheres de São Paulo", declarou.

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Sobre o caso

O registro de boletim de ocorrência aberto por Regina contra Nunes foi resgatado primeiro pela candidata Tabata Amaral (PSB). Em um debate anterior, no mês de agosto, Tabata perguntou sobre o caso e quem se manifestou foi a esposa de Nunes. Da plateia do estúdio, Regina gritou: "Deixa a minha família em paz".

Em resposta à Tabata, Nunes frisou nunca ter "levantado um dedo" contra a mulher. "Eu realmente tive com a minha esposa, há 14 anos atrás, um período de uns quatro ou cinco meses que a gente realmente se separou, tivemos um desentendimento, mas nada de agressão, nunca levantei um dedo e ela já falou isso", complementou.

Em entrevista ao Terra na ocasião, após o encerramento do debate, Regina afirmou ter ficado muito nervosa e disparou: "Porque mulher falando de mulher… Se fosse homem, não teria problema. Mas mulher querendo prejudicar mulher".

Fonte: Redação Terra
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