No último debate entre os postulantes à presidência da República, promovido pela TV Globo, na noite da última quinta-feira, chamou a atenção a proposta da candidata do PSB, Marina Silva, sobre um plano de dar ao povo brasileiro de baixa renda um 13o salario dentro do programa Bolsa Família – maior bandeira de campanha da sua principal rival na disputa, a petista Dilma Rousseff.
Indagada sobre as razões para uma ideia de tamanha importância em termos de marketing de campanha ter sido apresentada a três dias das eleições, Marina “essa é uma proposta que já vinha em estudos, e quando fizemos o levantamento, identificamos que, além dos que estão sendo atendidos, temos quatro milhões de pessoas em situação de miséria e que não têm acesso ao programa”.
Marina explicou ainda que a ideia, como disse no debate, de dar uma oportunidade para os carentes de ter uma ceia de natal decente, é algo que “já estávamos desde que Eduardo (Campos) era vivo, e ele iria apresentar essa proposta na última entrevista que deu no Jornal Nacional, mas preferiu os cálculos de suporte”.
Tal entrevista também para a Rede Globo foi o último ato do então candidato do PSB e governador de Pernambuco, que na manhã seguinte, em agosto, morreu num acidente aéreo em Santos, no litoral de São Paulo.
“E é perfeitamente possível, porque vamos combater a corrupção, os juros altos, e ter mais arrecadação para fazer com que as pessoas mais humildes, sem ceia de natal no final do ano, também com esse benefício do Bolsa Família. Temos compromisso com quem vive em situação de fragilidade”, complementou Marina.
Em queda nas pesquisas e já configurando um empate técnico com Aécio Neves (PSDB) com 24% das intenções de voto contra 21% do tucano, de acordo com a última pesquisa DataFolha divulgada também na última quinta-feira, Marina Silva, por fim, despistou sobre qualquer tática para um segundo turno com Dilma Rousseff. Estando ou não na disputa.
“Segundo turno a gente discute no segundo turno. Até o dia 5 de outubro vamos continuar acreditando no projeto que apresentamos para o Brasil, no que concerne no problema do crescimento econômico que hoje é pífio, de 0,9%”, finalizou.