Marina diz que Bolsonaro tem "muita proposta sem propósito"

Candidata da Rede defendeu demarcação de terras indígenas: 'Não se pode ser presidente para governar só para os que têm'

31 ago 2018 - 13h35
(atualizado às 14h27)

A candidata à Presidência da República Marina Silva (Rede) disse nesta sexta-feira, 31, ao comentar o início da propaganda eleitoral na TV das eleições 2018, que "tem muita proposta sem propósito" na campanha, referindo-se ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Marina participa de encontro com empresários na Casa da Federação das Indústrias do Rio (Casa Firjan).

Candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, durante evendo da Confederação Nacional da Agricultura, em Brasília
29/08/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, durante evendo da Confederação Nacional da Agricultura, em Brasília 29/08/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

"Eu vou debater as questões relevantes para o Brasil, não apenas na perspectiva do voto, mas na do que é justo. É inadmissível que alguém diga que não vai demarcar terra indígena. Não se pode ser presidente para governar só para os que têm, os que sabem", disse a candidata, acompanhada do candidato a deputado federal pela Rede Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo.

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"Temos que defender os mais frágeis. Tem muita proposta sem propósito; quero associar proposta e propósito. E ser justa para índios, mulheres, negros, empresários, trabalhadores", afirmou Marina.

Ao comentar o resultado do PIB, divulgado nesta sexta-feira, Marina disse que para fomentar a indústria o Brasil precisa se integrar à cadeia produtiva global. "A indústria já representou mais de 20% do PIB, e hoje está reduzida a algo em torno de 9%. As transformações que estão acontecendo no mundo exigem que a gente pense num novo ciclo de prosperidade", afirmou a candidata, que defendeu também o aumento das exportações e a diminuição de entraves tarifários. m"Temos que nos integrar às cadeias produtivas globais, agregação de valor, e isso requer transição para uma indústria cada vez mais competitiva".

O PIB cresceu 0,2% no 2º trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores, divulgou o IBGE, totalizando R$ 1,693 trilhão. O resultado foi sustentado pelo setor de serviços e pressionado pela queda da indústria. "Temos que debater como as novas tecnologias podem ajudar nesse novo ciclo, gerando renda. Vamos trabalhar a reforma tributária, a simplificação dos processos de abrir e fechar empresas. É fundamental para essa transição. Os investimentos já comprometidos terão que passar por essa transição também. Temos grande potencial em relação às commodities agrícolas e de minério, desde que de forma sustentável. Na área de serviços, vamos investir no turismo".

Pesquisa do Datafolha divulgada na semana passada mostra a candidata em terceiro lugar no cenário que inclui o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - preso pela Lava Jato - e em segundo com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) como substituto na chapa petista. No primeiro, Lula tem 39% das intenções de voto, Bolsonaro, 19%, e Marina, 8%. No segundo, Bolsonaro aparece com 22% e Marina, com 16%.

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Foram ouvidos 8.433 eleitores em 313 municípios brasileiros nos dias 20 e 21. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança é de 95% (o que quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os números conferirem com o momento atual da campanha, considerado esta margem de erro).

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