Marina sobre ataques: “um batalhão de Golias contra um Davi"

11 set 2014 - 18h09

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, disse nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, que é alvo de uma avassaladora estrutura de boatos montada por PT e PSDB. Empatada tecnicamente em primeiro lugar com a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, ela se diz alvo de uma artilharia pesada das duas siglas, que teriam se unido para disparar contra sua campanha. “Não é um Golias contra um Davi não. É um batalhão de Golias contra um Davi”, afirmou, em alusão à passagem bíblica do Antigo Testamento em que Davi enfrenta o gigante Golias.

<p>Segundo Marina, Aécio Neves desconstrói sua imagem de forma preconceituosa.</p>
Segundo Marina, Aécio Neves desconstrói sua imagem de forma preconceituosa.
Foto: Divulgação

Em sabatina realizada pelo jornal O Globo, ela precisou gastar boa parte das quase duas horas de entrevista se colocando na defensiva e respondendo às críticas de que tem sido alvo. Segundo Marina, Aécio Neves, do PSDB, hoje em terceiro lugar na disputa, se perfilou ao PT para desconstruir sua imagem “de forma preconceituosa”. E mandou recado ao tucano: “a pior desconstrução é essa que parte do elogio falso. Dizem: ‘ah, ela é uma pessoa ótima, maravilhosa, mas é inexperiente, não tem capacidade’”.

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Questionada se a sua declaração recorrente de que irá governar com os melhores integrantes dos partidos não seria uma forma de satanizar os próprios partidos, negou: “quem foi que disse que eu estou satanizando os partidos? Pelo contrário. Estou fazendo a aeróbica do bem. Poderia estar fazendo aeróbica do mal, só pegando os maus exemplos (de cada sigla)”.

Segundo a concorrente do PSB, por esse motivo ela não “gasta muito tempo” citando políticos como Renan Calheiros (PMDB), Fernando Collor (PTB) ou José Sarney (PMDB). Ela afirmou que sua ideia é conversar com todos os partidos, mas insistiu que as siglas devem ser renovadas por seus melhores quadros. Do contrário, destacou, pode acontecer com um futuro governo o que aconteceu aos ex-presidentes Fernando Henrique e Lula, que, na visão dela, se tornaram reféns, respectivamente, de Antonio Carlos Magalhães e de Sarney.

Mensalão

Marina foi cobrada a explicar por que na época do mensalão petista, quando era ministra do governo Lula, não teria se manifestado publicamente contra os envolvidos no escândalos de corrupção no PT. Ela negou: “eu disse o que sempre digo: que devia ser investigado com rigor”. Para a candidata, um “processo perverso” de corrupção de parlamentares começou na época da aprovação do instituto da reeleição, ainda no governo Fernando Henrique. “Meu Estado (Acre) teve dois deputados pegos com a boca na botija porque receberam dinheiro para aprovar a reeleição”.

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Marina desmentiu a informação de que, caso eleita, vá interromper a exploração de pré-sal no País. A ex-ministra do Meio Ambiente admitiu que não há ainda um outro combustível para substituir o petróleo, o que, naturalmente, impede que se interrompa a exploração desta fonte de energia. “Buscar alternativas não significa não explorar”. Mais uma vez, afirmou que o que ameaça o pré-sal e também a Petrobras é a corrupção. “Existe uma cortina de fumaça lançada para desviar o debate (sobre as denúncias da Petrobras)”. Afirmou ainda que o governo federal colocou um diretor para assaltar os cofres da empresa, em referência ao ex-diretor Paulo Roberto Costa.

A pessebista ainda garantiu que, se tomar posse como presidente, não irá interromper a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, mas admitiu que irá revisar a forma com que a obra é tocada: “Vamos encaminhar as coisas da forma correta, mantendo o empreendimento, que é importante para o Brasil, mas não permitindo que se coloquem as questões sociais e ambientais e das comunidades indígenas de fora”.

"Estado laico não é Estado ateu"

Sempre questionada pelo seu suposto perfil conservador em função de seguir a doutrina evangélica, Marina Silva voltou a dizer que defende o Estado laico, “que é o que defende o direito de todas as pessoas”. “Estado laico não é Estado ateu. Para ser presidente não tem que negar sua fé”, pontuou.

Ao falar de economia, sobraram críticas ao governo Dilma, que, segundo ela, “não teve humildade para reconhecer a gravidade do problema”. “Agora todo mundo está remando com menos dificuldade, e o Brasil remando contra a maré”, afirmou, em alusão aos países que já conseguem se reerguer de crises recentes.

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Marina ainda foi questionada sobre as denúncias de irregularidades envolvendo o uso do avião pela campanha do então candidato Eduardo Campos, morto em 13 de agosto a bordo da aeronave, que caiu na cidade de Santos. Ela garantiu que sua campanha quer ver o caso investigado, mas chegou a atribuir a responsabilidade de alguns esclarecimentos aos empresários que, segundo ela, teriam alugaram a aeronave para a campanha.

Fonte: Especial para Terra
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