A polícia encontrou uma bomba artesanal de “significativo potencial explosivo” em uma chácara da família do deputado estadual José Geraldo da Riva (PSD), candidato ao governo do Estado pela coligação “Viva Mato Grosso”.
A chácara, onde os pais do deputado moravam, fica próxima à Juara, no interior do Estado, na região em que ele iniciou a vida política.
O delegado de Juara Carlos Henrique Engelmann, que conduz o inquérito do caso, não descarta que a colocação dessa bomba tenha intenções eleitorais. Mas também considera que possa não haver relação com a disputa.
Sobre o potencial da bomba, o delegado explicou que, “se explodisse, causaria um impacto significativo, suficiente para derrubar uma porta, atear fogo na casa, isso porque tinha cinco litros de combustível acoplados nela. Havia pessoas próximas que também poderiam se machucar”.
O caseiro Geovane, a mulher e dois filhos estavam na chácara e foi o caseiro que encontrou o explosivo. Da família Riva, não havia ninguém na manhã de domingo.
O delegado explicou ainda que toda bomba, exceto as militares, é caseira, de fabricação artesanal, ou seja, feita em alguma residência, com uma intenção que, nesse caso, ainda não se sabe qual é. “Vamos apurar”.
O investigador de polícia Givalcir Silva de Souza detalhou algumas característica do artefato. “É uma estrutura enrolada de papel e fita isolante. Colaram fios e parafusos do lado de fora com durepox”.
A base do explosivo é provavelmente pólvora, a mesma utilizada na manutenção de cartuchos de armas de fogo. “Sentimos o cheiro e verificamos os restos, então são especulações iniciais e empíricas”, observa o delegado. O material foi levado para o laboratório de criminalística, para ser analisado por peritos.
O dispositivo não disparou. “A bomba estava pronta para explosão, mas a ignição foi interrompida por motivo que também ainda não sabemos qual”.
Em campo aberto, a polícia detonou a bomba para verificar o potencial explosivo.
Através da Assessoria de Imprensa, Riva diz não acreditar que essa bomba possa ter intenções eleitorais. “Temos que aguardar o resultado das investigações”.
Conforme as primeiras pesquisas de intenções de votos, ele está entre os três nomes mais cotados na disputa para o governo, ao lado de outros dois candidatos: Pedro Taques (PDT) e Lúdio Cabral (PT). Riva foi preso há pouco mais de dois meses durante a Operação Ararath, que apura crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Também responde a mais de 100 processos cíveis e criminais. Ainda assim detém forte base eleitoral principalmente no interior.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) julgará nos próximos dias o pedido de impugnação da candidatura do deputado feito pelo Ministério Público Federal (MPF), argumentando que ele não tem condições jurídicas de ser candidato, por conta da Lei da Ficha Limpa. Sobre isso, o deputado afirma que, antes de colocar o nome a disposição do partido, consultou juristas, que o aconselharam a entrar na disputa.
Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos