Quatro candidatos ao governo de Minas Gerais participaram, na noite desta terça-feira, do debate promovido pela Rede Globo Minas. O programa foi marcado, principalmente, pelo confronto entre os dois adversários mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, o petista Fernando Pimentel e o tucano Pimenta da Veiga (PSDB). Participaram também os candidatos Fidélis Alcântara (PSOL) e Tarcísio Delgado (PSB).
O único e maior momento de tensão aconteceu no segundo bloco, quando, seguidamente questionado por Pimenta da Veiga, o petista foi chamado de “tolo” e acusado de “mentir descaradamente”. Pimentel rebateu dizendo que a “a exaltação” de Pimenta era uma “recomendação do marqueteiro de campanha” e que ele “não convencia a ninguém.”
Durante todo o debate foi clara a estratégia do petista de evitar o confronto com Pimenta da Veiga. Em todas as oportunidades que teve de fazer perguntas a algum dos candidatos, escolheu os outros dois presentes, Fidélis Alcântara e Tarcísio Delgado, com quem também trocaram farpas e acusações, principalmente no que diz respeito à atuação de Pimentel como ministro do Desenvolvimento do governo Dilma Rousseff, recentemente.
Pimenta da Veiga, pelo contrário, todas as vezes que pôde devido às regras do debate, direcionou as suas perguntas para Pimentel. Em uma delas, questionou o adversário sobre a dívida pública de Minas Gerais, onerada, segundo o tucano, pelas altas taxas de juros mantidas pelo governo federal.
Fernando Pimentel rebateu atacando dois ex-governantes tucanos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, que segundo Pimentel, assinaram um contrato prejudicial ao Estado quando eles governaram o País e o Estado, respectivamente. E ainda acusou o atual governo do Estados de captar recursos no exterior por meio de empréstimos avalizados pela União e “não utilizar em obras para a população nem mesmo prestar contas,” disparou Pimentel.
O tucano reagiu: “Fernando Pimentel mente descaradamente quando diz que o governo de MG tomou empréstimo e não fez nenhuma obra. Fez as que ele mesmo citou, como os cinco mil quilômetros (de estradas da primeira etapa do programa) Proacesso. E mente também quando diz que moro há vinte anos em Goiás. Você é que tem um apartamento em São Paulo que até hoje não explicou e passa muito tempo lá. Eu sou mineiro. Mineiro não gosta de mentira. Você é tolo, para de mentir Pimentel,” esbravejou.
“A falsa exaltação do candidato recomendada pelo marqueteiro não convence nem a mim nem a ninguém,” respondeu o petista. “Um espetaculo lamentável, uma atitude arrogante, que poderia ser evitada para poupar ao telespectador. Ele fez isso a campanha toda e vai terminar de forma lamentável,” cutucou.
Em outro ponto do debate, Pimentel aproveitou para cutucar o principal apoiador da campanha do adversário, o senador Aécio Neves: “"Frequenta pouco Minas Gerais e o Senado,” disparou.
As gestões do PT no governo Federal e do PSDB no plano estadual deram ainda mais combustível para a disputa de idéias entre Pimentel e Pimenta. E os outros dois candidatos não apenas assistiram ao confronto. Também partiram para o ataque atacando tanto a Pimenta quanto a Pimentel.
Tarcísio Delgado, em uma frase, explicou o que para ele é um resumo da disputa: “Um diz que o outro culpado e o outro diz que o outro é culpado. Ficam igual bolinha de gude para lá e para cá, num balaio de gatos danado. Os dois são culpados." disse Delgado.
