De passagem pelo Nordeste, o pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) posou com um chapéu de cangaceiro ao lado de apoiadores neste domingo, 5, no Recife. O ex-juiz visitou a capital pernambucana como parte da agenda de lançamento de seu livro, "Contra o Sistema da Corrupção". A obra narra sua passagem pelo governo Jair Bolsonaro e os bastidores da Lava Jato.
Desde que se filiou ao Podemos e vestiu o figurino de pré-candidato, esta é a primeira vez que Moro cumpre agenda no Nordeste. O jurista dá seus primeiros passos e tenta angariar votos na região considerada reduto político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um de seus principais oponentes. Fotos do ex-ministro com o chapéu geraram repercussão e ganharam tração nas redes nesta segunda-feira, 6.
O uso de chapéus associados à cultura nordestina, como o chapéu de couro e o chapéu de boiadeiro, é de praxe durante campanhas e pré-campanhas à Presidência da República. Nomes que disputaram outras eleições fizeram gesto parecido, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e os então candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Fernando Haddad (PT), José Serra (PSDB), Aécio Neves (PSDB), entre outros.
O presidente Jair Bolsonaro vestiu a peça em mais de uma oportunidade, tanto durante sua campanha, em 2018, quanto em viagens pelo Nordeste depois de eleito. O mandatário também tem o costume de usar um chapéu de vaqueiro, menor e mais arredondado, quando visita a região. Ele fez uso do item na inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista, na Bahia, em 2019, e durante viagem ao interior do Piauí em 2020, por exemplo.
Durante o evento no Recife, Moro voltou a pautar sua fala no combate à corrupção e à pobreza. Ele afirmou ser favorável aos programas de transferência de renda, que, acredita, precisam ser mantidos. O ex-juiz também reforçou a sugestão de criar uma agência reguladora com foco na erradicação da pobreza.
Poucos minutos antes do evento, manifestantes protestaram contra o jurista em frente ao teatro, carregando a faixa "Moro Suspeito prendeu Lula sem provas". Após proferir palavras de ordem e chamar a atenção do público, os protestantes foram embora sem animosidade.
Assine o Estadão para ter acesso a notícias e análises mais aprofundadas, além de um aplicativo exclusivo e sem publicidade.