"Fui um idiota", diz Mourão sobre "branqueamento da raça"

Candidato a vice embarca para o Rio para acompanhar a apuração ao lado de Jair Bolsonaro

7 out 2018 - 16h47
(atualizado às 17h07)
Hamilton Mourão vota em Brasília 07/10/2018 REUTERS/Adriano Machado
Hamilton Mourão vota em Brasília 07/10/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Adriano Machado / Reuters

Pouco antes de embarcar para o Rio de Janeiro, onde vai se reunir com o candidato do PSL ao Palácio do Planalto nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, o general Hamilton Mourão disse que "estava brincando" quando falou no sábado em "branqueamento da raça", se referindo a seu neto, e desabafou: "Fui um idiota".

Mourão afirmou não ser "inimigo da imprensa" e que "podem bater à vontade porque a carcaça é boa". O general defendeu mudanças no sistema eleitoral porque "os partidos são muito fracos" e disse que já houve debandada da base dos demais candidatos para Bolsonaro.

Publicidade

Ao falar das urnas, o general Mourão declarou: "Se não confiar nisso aí, acabou o Brasil". E emendou: "Vamos confiar no resultado que sair porque nós vamos vencer".

Questionado se estava certo de que a eleição acabaria no primeiro turno, ele foi mais comedido: "Tem de ter cautela. Cautela e canja de galinha não faz mal a ninguém, mas, pelo que a gente vê, é primeiro turno que vai acontecer. Vocês têm de andar mais pelo Brasil porque o Brasil não é entre Copabacana e o Jardim Botânico". Para Mourão, "tem problemas na urnas , umas panes, às vezes não aparece a foto, mas está tudo bem".

Na rápida entrevista no aeroporto de Brasília, Mourão reiterou o que Bolsonaro já disse em torno da base eleitoral que acredita que poderá ter no Congresso, caso vença as eleições, de cerca de 350 parlamentares, lembrando que "ela já desembarcou" dos outros candidatos.

Em seguida, defendeu "mudanças no atual sistema partidário", após ressaltar que "os nossos partidos são muito fracos e não nos representam mais". Ao se referir à base, ele citou que esse numero é composto por exemplo, pela bancada agropecuária, os evangélicos e os que representam as polícias. Para ele, a composição será mais em torno de nomes e não de partidos.

Publicidade

"Meu neto é bonito. Branqueamento da raça"

No sábado, depois de uma rápida entrevista no aeroporto, Mourão apontou para um adolescente que o esperava no saguão, acompanhando a comitiva familiar, e disparou: "Meu neto é um cara bonito, viu ali? Branqueamento da raça."

Neste domingo, com outro tom, o general afirmou que não queria falar disso e que não tinha nada a esclarecer porque ele "vocês sabem que foi uma brincadeira e as pessoas levam para outro lado".

E desabafou: "Fui idiota. Porque eu brinco e as pessoas não entendem o que é uma brincadeira. Eu sou um cara sincero. Vocês têm de entender isso". Perguntado se ia mudar seu jeito por causa da campanha, ele respondeu: "Não. Jamais vou mudar meu jeito. Eu tenho de ser o que eu sou. Eu tenho 65 anos de idade, seu eu mudar, é horroroso. Meus filhos se preocupam comigo, mas eu já disse a eles: é o meu jeito. "

O general Mourão disse que ao desembarcar no Rio pretende ir direto para a casa de Bolsonaro esperar o resultado das eleições no primeiro turno. Ele ecredita que ao final da apuração deve haver uma fala de Bolsonaro, seja com fechamento do primeiro no primeiro turno ou não, ressalvando que seriam falas diferentes. Comentou ainda que tinha falado com o deputado pelo telefone e que ele o estava esperando, "animado e tranquilo". Para ele, "se tiver segundo turno, é uma forma de trabalho, se não, é começar a tocar o governo". Sobre a possibilidade de nomes para compor o ministério caso a disputa acabe hoje ele desconversou, salientando que "é muito cedo prá isso". e completou: "Vamos aguardar. Uma coisa de cada vez".

Publicidade

Veja também:

É Fake o vídeo em que aparece automaticamente o candidato Haddad
Video Player
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações