A três dias do segundo turno das eleições municipais, a campanha de Guilherme Boulos (PSOL) vem intensificando as agendas na rua, em especial em bairros periféricos da capital paulista, na tentativa de virar votos e convencer os indecisos. "Virei votos, conversei com pessoas, ouvi o que gostei e ouvi o que não gostei. Porque quem quer se colocar na política tem que ter essa coragem. Inclusive de ouvir o que não gosta. É assim que tem que ser", disse ao chegar a agenda no Mercado Municipal de São Miguel Paulista, nesta quinta-feira, 24.
-
Acompanhe a cobertura completa das Eleições 2024 no portal Terra e fique por dentro de todas as notícias.
Recebido com festa por dezenas de apoiadores que cantavam "eu já falei que vai virar, é no 50 que São Paulo vai votar", Boulos também mandou um recado para o adversário Ricardo Nunes (MDB), que lidera as pesquisas de intenção de votos. "Faria bem para meu adversário descer do pedestal e vir ouvir as pessoas. Quem sabe deixasse de falar tanta mentira nos debates. Quem sabe, se tivesse feito isso antes, não teria feito um governo tão ruim", afirmou.
"Então, ouvir as pessoas, ver os problemas de perto, é o primeiro caminho para resolver os problemas", acrescentou.
Boulos vive uma verdadeira corrida contra o tempo, visitando diferentes pontos da cidade, para virar os votos do eleitorado. O foco são os bairros mais afastados das zonas sul e leste. "Um bairro rico é tratado de um jeito, um bairro pobre é tratado de outro. Eu assumi o compromisso de olhar para a zona leste, de olhar para o extremo da zona sul com o respeito que merecem", explicou.
Apesar do desafio, ele está otimista com uma possível virada contra Nunes. "Cheguei ontem às 23h30 em São Mateus, acordei aqui, fui até a Cidade Kemel, conheci um projeto de um pastor que resgata pessoas em situação de rua e agora estou aqui em São Miguel. Amanhã vou estar nas ruas. É assim que vai ser, não tem arrego, não tem descanso. É 24 horas por dia [na rua] para dialogar com a população de São Paulo e ganhar voto. Eu tenho muita confiança nessa virada".
Na agenda, Boulos ainda falou de Pablo] Marçal, candidato do PRTB que ficou em 3º lugar, e cujo eleitor está em sua mira. Ele [Marçal] teve 28% dos votos na cidade de São Paulo. Eu fui a pessoa mais atacada pelo Marçal durante a campanha inteira. Com todo tipo de acusação absurda e mentirosa. Até laudo falso na véspera do primeiro turno teve contra mim. Agora, eu não faço política com ressentimento. Não faço política com rancor".
"O diálogo que eu quero fazer é com aquelas pessoas que votaram no Marçal. Que apostaram nele no primeiro turno. Porque, veja, quem votou, seja no Marçal, na Tabata [Amaral, do PSB], em mim, no Datena [do PSDB] no primeiro turno, votou pela mudança na cidade de São Paulo", completou.
