Diferentemente do que havia proposto Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em Santos (SP), no dia 13 de agosto, Marina Silva (PSB) disse que seu eventual governo manterá a atual meta de inflação do Banco Central, de 4,5%, em vez de reduzi-la para 3%. De acordo com a candidata à Presidência, a proposta que Campos tinha feito, no início da campanha, ainda estava em estudo pelos economistas da esquipe do PSB.
“A nossa proposta é manter a meta [de inflação] de 4,5%, mas o atual governo não está perseguindo isso”, disse Marina em entrevista ao Bom Dia Brasil, da Rede Globo, na manhã desta quinta-feira. No acumulado de 12 meses encerrados em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do País, registrou alta de 6,51%, superando o teto da meta do BC, de 6,5%.
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Com menos interrupções do que os concorrentes Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), a entrevista da candidata do PSB ao programa explorou mais temas além da economia, apesar de o assunto ter sido o mais questionado pelos jornalistas.
Em pouco mais de 30 minutos de entrevista, Marina procurou explicar que não fará um governo contra o agronegócio, por sua forte ligação com a defesa do meio ambiente, e disse que tem “insistido que é fundamental juntar economia com ecologia.”
Questionado sobre as licenças ambientais, que aumentaram após Marina ter deixado o Ministério do Meio Ambiente no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a candidata disse que, em sua gestão à frente da pasta, foram concedidas as licenças “mais complexas”, como a do rio São Francisco.
“Fazer o licenciamento do rio São Francisco, com liminares em vários Estados, o Ministério Público ganhando em vários Estados, é porque foi muito bem feito”, afirmou.
Sobre ter chorado após receber críticas de Lula durante a campanha, Marina disse ser uma “pessoa sensível, mas não se pode confundir sensibilidade com fraqueza”.
“As pessoas têm preconceito com pessoas da minha origem. Já vi tantas vezes líderes chorando e nem por isso são mais fracos ou menos fracos.”
Embora as últimas pesquisas indiquem que a presidente Dilma tenha ampliada a vantagem nas intenções de voto no primeiro turno, a candidata do PSB afirmou que sua candidatura enfrenta mais dificuldades, como o fato de ter de "assumir uma eleição em dois meses” e “começar tudo do zero”.