A disputa por Guarulhos, segunda maior cidade de São Paulo, chegou à reta final das eleições com casos de agressão, denúncias entre as campanhas e processos na Justiça Eleitoral. O segundo turno entre o atual prefeito Gustavo Henric Costa, o Guti (PSD), e o candidato Elói Pietá (PT) rendeu ao menos três boletins de ocorrência e um pedido de cassação de candidatura.
A campanha petista acusa o adversário de usar a Guarda Civil Municipal para intimidar cabos eleitorais, e registrou casos em que militantes foram feridos. O PSD nega as acusações, e diz que os rivais têm se utilizado de propaganda indevida.
Segundo a mais recente pesquisa Ibope em Guarulhos, Guti lidera com 46% das intenções de voto, enquanto Pietá tem 36%. Há ainda 14% que têm intenção de votar em branco ou nulo, e 4% que estão indecisos. Terceira colocada no primeiro turno com pouco mais de 10% dos votos, a candidata Fran Corrêa (PSDB) não declarou apoio claro a nenhum dos dois candidatos.
Em uma das ocorrências, um carro de som da campanha do PT foi cercado por veículos na última terça-feira. Segundo a campanha da oposição, o cerco teria sido acompanhado à distância por viaturas da guarda civil.
Uma militante do partido foi ferida na boca após um objeto ser arremessado contra um carro de som enquanto ela discursava. Já o secretário-geral do PSOL em Guarulhos, Anselmo Pires, foi atingido por um estilhaço enquanto discursava em uma carreata a favor do candidato petista.
"Oficialmente, a campanha nunca foi citada (judicialmente) sobre essas acusações de agressão, não se comprovou nenhuma veracidade", diz o porta-voz da campanha do PSD, Rodrigo Buffo. "Entendemos que, se existisse um debate de propostas dos dois lados, talvez a população de Guarulhos teria oportunidade de entender o ponto de vista deles."
Os casos de agressão se intensificaram após a campanha do PT entrar com um pedido de cassação da candidatura de Guti. Eles apresentaram à Justiça Eleitoral imagens de uma suposta distribuição de cestas básicas com um veículo da Prefeitura. A campanha do prefeito diz que se trata de um caso de fake news, e que não participou de qualquer irregularidade. O pedido não foi apreciado pela Justiça.
"Nós vemos um abuso do uso da estrutura administrativa na campanha", diz o coordenador da campanha do PT, José Luiz Guimarães. "Estamos dando orientações para ninguém entrar em provocações, temos de evitar ao máximo situações de confronto."