'Não é meu modelo de democracia', diz Guilherme Boulos sobre Venezuela

Candidato à Prefeitura de São Paulo falou sobre democracia e seus planos para a gestão, caso seja eleito

7 ago 2024 - 16h04
(atualizado às 21h42)
Guilherme Boulos é candidato à prefeitura de São Paulo
Guilherme Boulos é candidato à prefeitura de São Paulo
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

Guilherme Boulos, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), afirmou nesta quarta-feira, 7, que a "democracia é um princípio inegociável, seja aqui, na Venezuela ou em qualquer parte".

O atual deputado federal foi questionado pela jornalista Natuza Nery, durante sabatina do G1, sobre o posicionamento do seu partido. Em nota publicada na última sexta-feira, 2, o Psol declarou que apoiava o parecer do governo federal, que cobrou a divulgação das atas após Nicolás Maduro ter sido eleito na Venezuela.

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"O governo da Venezuela precisa prestar esclarecimento para a sociedade. (...) que respeitem a Constituição e que divulguem as atas eleitorais. A Venezuela não é o meu modelo de democracia. Se ficar comprovado que houve fraude nas eleições (...) aí você não vai ter mais lá uma democracia", completou.

O candidato é o terceiro entrevistado da série de sabatinas realizadas pelo G1. Perguntado sobre o que faria em relação aos gastos públicos caso fosse eleito, Boulos disse: "Se você faz a controladoria do munícipio funcionar, digitaliza, faz o sistema de transparência eficiente e melhora a qualidade do gasto público, você consegue perfeitamente fazer um conjunto de novos investimentos caberem no orçamento da cidade".

Transporte Público 

Em relação ao transporte público da capital, o pleiteado declarou que há no momento uma transição de contratos com empresas de ônibus: "O contrato anterior era por número de passageiros. Quanto mais a empresa carregava passageiro, mais ela recebia o subsídio. Isso incentiva a empresa a lotar o ônibus. (...)  A população sofre mais e as empresas ganham mais".

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Para Boulos, é preciso por em prática o contrato no qual a remuneração por meio do subsídio é por quilômetro rodado. "Isso permite uma melhor qualidade do transporte. Obrigada a usar GPS, ver quantas viagens fez. (...) Ônibus lotado é sinônimo de assédio. (...) Queremos passar a limpo os contratos de ônibus e podemos fazer uma ampliação da tarifa zero", disse.

Segurança Pública

Quando questionado sobre como pretender resolver problemas ligados à segurança pública na cidade de São Paulo, Boulos afirmou que pretende agregar aliados políticos. "Ganhando as eleições, uma das primeiras coisas que eu vou fazer é chamar o governador Tarcísio Freitas, o ministro da Justiça [Flávio Dino] e o presidente Lula, pra procurar crescer juntos na segurança pública".

Entre as propostas do pleiteado está a contratação de mais 7 mil funcionários para compor a Guarda Civil Municipal (GCM). De acordo com ele, o objetivo é dobrar o número atual de guardas que atuam na capital. Boulos afirmou que o combate à violência contra mulher também será uma prioridade na sua gestão. Ele pretende incrementar a 'patrulha Maria da Penha' dentro da GCM. 

Para o candidato, o principal problema de segurança público em São Paulo é roubo e furto de celular. "A segurança se tornou um problema essencialmente por causa desse crime. (...) tem que atuar na receptação. [É preciso] fiscalizar as lojas que vendem celular roubado em São Paulo e com isso estagnar o mercado do crime", argumentou.

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Boulos também comentou o combate ao tráfico de drogas e problemas de saúde pública relacionados ao consumo de entorpecentes. "Não tem bala de prata, não tem solução demagócica. Hoje nós temos mais de 70 pontos de crack espalhados pela cidade e o centro está mais inseguro do que nunca. (...) O que vou fazer é implantar o CAPs móvel, é um modelo de consultório de rua que vamos montar para fazer a busca ativa por usuários de crack. Você tem que ter abordagem local e ativa para que com esses consultórios de rua você consiga levar mais gente ao tratamento".

Habitação

Sobre o tema habitação, Boulos pontuou que é preciso melhorar a urbanização da periferia. "Nossa meta é chegar, no mínimo, a 100 mil famílias a serem atendidas (...) com obra de infraestrutura externa. Saneamento, vielas, abertura de ruas, o que tiver que fazer".

De acordo com o candidato, o custo para melhoria habitacional é em torno de R$ 2,5 milhões para os quatro anos de gestão, caso ele seja eleito. "[Queremos] construções de novas moradias e aí é parceria com o governo federal que tem mais recursos, pelo minha casa minha vida", propôs. 

Saúde

Quando questionado sobre o que pretende fazer na área da saúde, o pleiteado explicou que pretende criar o 'Poupatempo da Saúde'. Segundo Boulos, isso possibilitaria a população a agendar com maior agilidade a realização de exames, por exemplo.

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"Nossa meta é fazer 16 'Poupatempos da Saúde' nos 4 anos de governo (...) garantir um sistema de agendamento com horário certo para entrar. (...) Nossa meta é digitalizar o sistema de prontuário, melhorar a gestão de fila que hoje é um dos grandes problemas". Por fim, o candidato afirma que todo seu projeto de gestão é comprometido com "o equilíbrio fiscal de São Paulo". 

Fonte: Redação Terra
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