A adoção de uma política nacional de segurança pública com maior controle das fronteiras e a mudança na relação com países vizinhos produtores de drogas e de insumos para drogas foram as propostas defendidas pelo candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, em seu primeiro ato de campanha na região Sul do Brasil. O tucano esteve nesta segunda-feira em Curitiba acompanhado dos senadores eleitos José Serra (SP) e Alvaro Dias (PR), além do governador do Estado, Beto Richa.
Aécio participou de um ato político na região do Campo Comprido, onde concedeu entrevista coletiva antes de discursar à militância. Em seguida, esteve na Pastoral da Criança, nas Mercês, para uma visita à sede da Pastoral da Criança. Lá, assinou duas cartas de compromissos: uma por ações de governo contra a desnutrição infantil, e outra, se comprometendo a defender a beatificação da médica Zilda Arns, fundadora da pastoral, morta em um terremoto no Haiti há cerca de cinco anos.
“Esse governo fracassou na política econômica, na saúde e na segurança pública, que é responsabilidade dos Estados, mas no meu governo não: segurança será responsabilidade do governo federal. Eu, pessoalmente, vou coordenar uma política nacional de segurança pública proibindo o contingenciamento de recursos, cuidando efetivamente das fronteiras, valorizando a Polícia Federal”, disse o candidato, para completar: “Vamos mudar a relação com países vizinhos que contrabandeiam drogas ou matérias primas para drogas ao Brasil, e cujos governos fazem vista grossa”, declarou.
O tucano prometeu “fazer oito anos em quatro” para atender as demandas do Paraná – Estado quem segundo o candidato, “foi prejudicado pela visão mesquinha” por supostos atrasos em financiamentos concedidos pelo governo federal. Aécio se referiu ao atual mandato –tucano, na esfera estadual, e petista, na federal.
“Terei que fazer quatro anos virarem oito, já que nesses quatro anos o governo federal virou as costas para o Paraná”, criticou.
O presidenciável voltou a agradecer publicamente a adesão de Marina Silva (PSB) a sua campanha, anunciada ontem, e classificou a atitude como “corajosa, firme e patriótica não apenas com a eleição, mas com o futuro que queremos construir para o Brasil”. Por outro lado, indagado se a aliança futura, caso se eleja, representa também a presença de Marina em sua equipe de governo, Aécio recuou.
“A forma como Marina veio honra a boa política brasileira. Não pediu absolutamente nada, não insinuou absolutamente nada em relação a cargos – estamos fazendo algo muito maior”, pontuou. Um pouco antes, ainda na entrevista coletiva, dissera que, fosse Marina a candidata de segundo turno contra Dilma Rousseff (PT), “eu estaria ao lado de Marina”.
O candidato viaja hoje para São Paulo para gravação de programas do horário eleitoral. Amanhã ele cumpre agenda na capital paulista, onde, à noite, participa de debate na TV Bandeirantes.