O atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), realizou uma caminhada pelo comércio do Jardim São Luís, na Zona Sul da capital paulista, na manhã desta quarta-feira, 9, e respondeu aos comentários recentes de Pablo Marçal, ex-candidato à Prefeitura pelo PRTB. "Ele é muito ruim de prognóstico. Ele falou que não ia ter segundo turno para ele, né? Então, que ele acerte mais uma vez o prognóstico dele", ironizou Nunes.
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A fala do prefeito ocorre após Marçal afirmar, na última terça-feira, 8, que acredita na vitória de Guilherme Boulos (PSOL) nas eleições municipais da capital e dizer que não apoiará Nunes.
Durante coletiva de imprensa, o candidato do PRTB declarou que só consideraria apoiar Nunes caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e o pastor Silas Malafaia fizessem uma retratação pública sobre as "mentiras" que, segundo ele, foram ditas a seu respeito.
Além disso, o empresário comentou que Boulos tem chances de vencer com o apoio de aproximadamente metade de seus eleitores, já que, conforme Marçal, grande parte de sua base está nas periferias. Ele destacou que mais de 45% de seus votos vêm de pessoas que não se identificam com a direita, especialmente em seis regiões onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso nas eleições de 2022.
Campanha de Nunes
O ato de campanha de Nunes desta quarta-feira ocorreu em um reduto de votos de Guilherme Boulos, seu adversário no segundo turno. Com pelo menos 100 pessoas presentes, muitos tentavam se aproximar do prefeito, buscando tirar fotos e abraçá-lo, o que gerou alguns empurrões na multidão.
O candidato à reeleição caminhou por uma feira que ocorria na região e passou por alguns comércios, embora não tenha entrado em nenhum estabelecimento.
Ao longo do trajeto, os apoiadores cantaram músicas em sua homenagem, como "Ole, Ole, Ola, o Ricardo vem aí e o bicho vai pegar" e "São Paulo vai nunestar". Fogos também foram soltos no fim da caminhada, que durou apenas 30 minutos.
Durante o evento, o prefeito concedeu uma entrevista aos jornalistas e afirmou, assim como em outras ocasiões, que representa a "direita e a ordem", enquanto Boulos, segundo ele, seria o oposto. "Eu represento a ordem, do lado de lá, a desordem. Eu represento a experiência, do lado de lá, a inexperiência".
Nunes ainda afirmou que o eleitor de Marçal tem valores próximos ao seu projeto e disse que sua campanha se concentrará em atrair esses votos para derrotar a "extrema-esquerda".
"Tenho a expectativa grande de que o eleitor do Marçal virá com a gente. É um eleitor que tem, na nossa proposta, muita sintonia", comentou.
O prefeito também comentou sobre projetos para a região, como obras de infraestrutura contra alagamentos, investimentos em segurança pública com a ampliação da Guarda Civil Metropolitana, e melhorias em educação, incluindo a construção de novos CEUs (Centros Educacionais Unificados). Sobre a segurança, citou a ampliação do efetivo da GCM, além do uso de tecnologia com o programa SmartSampa, que promete aumentar o número de câmeras de vigilância na cidade.
Quando questionado sobre sua agenda de debates, Nunes indicou que prioriza atividades de campanha e gestão, criticando o excesso de convites: "Recebi 12 convites para debate. Fazer 12 debates em 15 dias é humanamente impossível". Ele sugeriu que as emissoras organizassem pools para realizar um número reduzido de debates que fossem mais viáveis para os candidatos.
Apoio de Bolsonaro
Nunes também falou sobre o apoio de Bolsonaro durante a campanha para o segundo turno e confirmou que há conversas em andamento para definir uma agenda conjunta com o ex-presidente.
"O Coronel Mello Araújo [vice de sua chapa] tem falado com ele, muito possivelmente, talvez venha na semana que vem", afirmou o prefeito. A expectativa é de que Nunes e Bolsonaro participem de um café com lideranças partidárias, incluindo vereadores e deputados.
"Ele pediu para o prefeito entrar em contato com ele para acertar a data, então deve acontecer o encontro. Vão combinar a data para acertar agendas", acrescentou Mello Araújo (PL), que também estava presente na agenda de campanha.