O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou que "o bolsonarismo está fazendo um uso oportunista do fato", ao se referir ao tiroteio que interrompeu a agenda de campanha do também candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) na manhã desta segunda-feira, 17, em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
A crítica de Haddad foi feita durante o programa Roda Viva, da TV Cultura. Horas antes, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, João Camilo Pires, disse que considera "prematuro" afirmar que o candidato Tarcísio de Freitas foi alvo de um atentado e afirmou que parece "que houve um 'ruído' por causa da presença da polícia na área".
"Vejo [o episódio] com muita preocupação porque minha inclinação inicial em casos como esse é sempre ouvir a autoridade policial. Tem policiais militares, policiais civis que chegam ao local da ocorrência e fazem uma investigação preliminar. [E eles] deram entrevistas inclusive sobre o episódio e afastaram, com alguma reserva, a questão de atentado político, motivação política", afirmou Haddad.
Haddad afirmou que entrou em contato com Tarcísio após o ocorrido. "Uma da tarde liguei para o Tarcísio, que me retornou sete horas, seis horas depois, devia estar atribulado. E ele próprio me relatou que descartava qualquer motivação política no que teria acontecido em Paraisópolis", disse Haddad. "Então eu acho que o bolsonarismo tá fazendo um uso oportunista do fato de já levar pra TV, já torná-lo uma vítima de um atentado político", acrescentou.
O petista também disse que considera que cravar o ocorrido como atentado "revela uma pressa, que realmente causa apreensão" e que isso é feito "para reverter as tendências eleitorais, tentar nacionalizar o problema".
"Inclusive, esse tipo de coisa põe em risco a vida do Tarcísio e a minha, porque isso causa um tipo de alarde, de forma oportunista, para tentar ganhar algum dividendo eleitoral", disse o candidato petista.