Criado há mais de 30 anos, o Foro de São Paulo é uma reunião de partidos políticos, além de organizações de esquerda no espectro político, para a discussão de temas comuns entre eles. Na sua estreia, houve um seminário internacional promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), em São Paulo. Na ocasião, foram convidados partidos e organizações da América Latina e do Caribe para discutir alternativas às políticas "neoliberais", predominantes na região naquele momento. As discussões também se davam em temas como economia, política e cultura.
A criação do foro se deu a partir de uma conversa entre o líder cubano da época, Fidel Castro, e Luiz Inácio Lula da Silva, que um ano antes disputou e perdeu a eleição para Fernando Collor de Mello, à época no PRN.
Nessa conversa, Fidel sugeriu que Lula criasse um seminário internacional, para que pudessem ser realizadas reuniões anuais para discutir os planos do grupo para a América Latina.
No debate deste sábado, o candidato Padre Kelmon (PTB) citou o grupo, ao dizer que não houve manifestação contrária do Foro de São Paulo à situação de perseguição religiosa na Nicarágua, em que um bispo opositor está em prisão domiciliar e outro exilado em Miami.
Nos últimos anos o tema voltou como um dos assuntos prediletos da direita brasileira. Muito por conta do escritor Olavo de Carvalho, que em vários vídeos publicados em seu canal, ligava o grupo a narcotraficantes, sequestradores, entre outros. Carvalho morreu no início deste ano.
Em documentos do próprio grupo, divulgados após a primeira reunião em São Paulo, ressalta-se que o objetivo do Foro de São Paulo é "aprofundar o debate e procurar avançar com propostas de unidade de ação consensuais na luta anti-imperialista e popular, promover intercâmbios especializados em torno dos problemas econômicos, políticos, sociais e culturais que a esquerda continental enfrenta após a queda do muro de Berlim. O documento afirmou que o encontro foi inédito por sua amplitude política e pela participação das mais diversas correntes ideológicas da esquerda".