‘O voto do Ricardo Nunes é mais volátil, menos afirmativo’, analisa cientista político

Bruno Soller conversou com Cazé Pecini no Terra Agora desta quinta-feira, 3

3 out 2024 - 17h48
(atualizado às 18h13)
Resumo
Análise das intenções de voto para prefeitura de São Paulo a três dias das Eleições 2024, com destaque para a disputa entre Guilherme Boulos, Ricardo Nunes e Pablo Marçal. Cientista político destaca diferenças nas preferências dos eleitores e a influência de figuras políticas como Lula e Bolsonaro.
Cientista político conversa com o Terra Agora
Cientista político conversa com o Terra Agora
Foto: Reprodução/Youtube/Terra

A três dias das Eleições 2024, o cientista político Bruno Soller conversou com Cazé Pecini no Terra Agora desta quinta-feira, 3, e analisou as intenções de voto à Prefeitura de São Paulo da pesquisa Real Time Big Data, encomendada pelo Terra.

No levantamento, Guilherme Boulos (PSOL) marcou 26% da preferência dos eleitores contra 25% de Ricardo Nunes (MDB) e de Pablo Marçal (PRTB), o que representa um empate técnico na liderança. A margem de erro é de três pontos percentuais.

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Para o especialista, há uma diferença entre os eleitores do atual prefeito para dos outros dois candidatos. “A gente está em um empate triplo. O que a gente tem percebido é que temos dois votos muito afirmativos, do Pablo Marçal e do Guilherme Boulos. Esses muito bem posicionados do ponto de vista ideológico, de características de eleitorado. Inclusive, de preferências nacionais”, iniciou o cientista político.

Ainda ao analisar as intenções de voto para Boulos e Marçal, Soller destacou as influências do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), mesmo com esse apoiando Nunes.

“O voto do Boulos está muito linkado a quem gosta do Lula como presidente, o do Marçal muito linkado a quem gosta do ex-presidente Jair Bolsonaro. O voto do Nunes é um voto mais volátil, é menos afirmativo. É principalmente de quem está rejeitando esses dois lados e buscando um voto mais do meio”, continuou.

Do ponto de vista do cientista político, os votos mais ‘voláteis’ citados podem acabar mudando de direção no dia da eleição: “O que a gente tem percebido é essa configuração. Muito próximo do dia, ainda pode acontecer. Não dá para cravar nenhum movimento. Das últimas eleições que tivemos, normalmente os votos mais afirmativos acabaram levando a melhor”, explicou.

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Para exemplificar o possível cenário, Soller mencionou a corrida eleitoral para o Governo de São Paulo em 2022. Na ocasião, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi para o segundo turno e levou a melhor contra Fernando Haddad (PT), com o então mandatário, Rodrigo Garcia (PSDB), ficando no primeiro turno.

“É o caso do governo de São Paulo, que teve o Rodrigo Garcia candidato à reeleição, e dos dois lados Tarcísio e Fernando Haddad. No fim das contas, Tarcísio e Haddad foram para o segundo turno e o Garcia não conseguiu passar. Esse é o risco do atual prefeito”, completou.

Soller, no entanto, destacou a força de Nunes em um possível segundo turno contra Boulos ou Marçal.

A Real Time Big Data entrevistou 1.500 eleitores de segunda-feira, 30, a terça-feira, 1º. Encomendado pelo Terra, o levantamento tem margem de erro de três pontos percentuais, e o índice de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o código SP-02771/2024.

Fonte: Redação Terra
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