Pablo Marçal muda o tom e sai em defesa de presidente do PRTB: 'Esse cara não é do PCC'

Presidente do PRTB participou de agenda ao lado do candidato à Prefeitura de São Paulo, que já havia dito que ele deveria se afastar da legenda; Datena diz que Marçal levou 'chegada' da facção

4 set 2024 - 23h24
(atualizado em 5/9/2024 às 07h55)
O candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), durante caminhada na Avenida República do Líbano, na zona sul da cidade, nesta segunda-feira, 2 de setembro de 2024.
O candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), durante caminhada na Avenida República do Líbano, na zona sul da cidade, nesta segunda-feira, 2 de setembro de 2024.
Foto: LUIZ RODRIGUES/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Após dizer publicamente que pediria que o presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, se afastasse do comando do partido em razão de acusações de que ele teria relações com figuras do PCC, o ex-coach Pablo Marçal saiu em defesa do aliado. Em agenda ao lado de candidatos a vereador no Tatuapé, Zona Leste da cidade, Marçal mudou o tom e passou a dizer que Avalanche, que estava ao seu lado na agenda, estaria sendo injustiçado.

"Esse cara não é do PCC. Eu tenho visto o quanto isso tem chateado e atrapalhado a vida dele", argumentou Pablo Marçal, negando que esteja mantendo distância de Avalanche e do partido.

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Marçal ainda acusou jornalistas de estarem operando um "massacre" contra o dirigente partidário e ameaçou processar os jornalistas que apontarem novas ligações entre Avalanche e o PCC.

A posição de Pablo Marçal nesta quarta-feira diverge da que ele apresentou em 26 de agosto, em uma sabatina na Globonews. Na ocasião, aos ser questionado se não seria possível solicitar o afastamento de Leonardo Avalanche na Executiva Nacional do PRTB, Marçal se comprometeu a tomar essa iniciativa. "Eu vou fazer isso. Vou deixar formalizado da minha parte [o pedido de afastamento do Avalanche]", afirmou. Ele ainda afirmou que já havia solicitado informalmente o afastamento de Avalanche, mas o presidente da sigla recusou, alegando que vai "provar sua inocência".

Em outras ocasiões, Marçal afirmou que era Avalanche quem teria que responder sobre as acusações de relações com o PCC. O Estadão mostrou que aliados do presidente do PRTB na sigla participaram de um esquema de troca de carros de luxo por cocaína para a organização criminosa. São eles: Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB, e Júlio César Pereira, o Gordão, sócio de Escobar que também participou de eventos da sigla. No caso de Escobar, o Estadão já havia mostrado que ele se mantinha atuando como presidente estadual do partido mesmo depois de deixar o cargo. Além disso, em um áudio revelado pelo jornal "Folha de S.Paulo", Avalanche aparece afirmando que mantém vínculo com a facção paulista.

Avalanche sempre negou irregularidades e disse já ter rompido com Tarcísio Escobar de Almeida. Na agenda com Marçal nesta quarta-feira, ele negou ser a pessoa que aparece no áudio, voltou a rejeitar ligações com o PCC e disse que a facção nem existe em seu Estado (Goiás).

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Datena critica candidato e diz que ele levou 'chegada' da facção

Nesta quarta, após a agenda em que Marçal apareceu ao lado de Avalanche e defendendo o aliado, o candidato do PSDB, José Luiz Datena, ironizou a situação nas redes sociais.

"Primeiro o 'PCC Marçal' disse que o presidente do partido dele deveria se afastar dos amigos que tem do PCC. Depois, acho que levou uma 'chegada' por parte do presidente do partido dele e teve que arregar para ele e para o PCC. Voltou atrás dizendo que o cara é uma figura honrada, uma pessoa maravilhosa", afirmou, em vídeo divulgado por sua campanha.

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