'Parece reality show', diz especialista sobre polarização e aumento de violência política

No 'Terra Agora' desta quinta-feira, 26, Maria De'Carli, mestre em Ciências Políticas, falou sobre o aumento das agressões eleitorais

26 set 2024 - 18h03
(atualizado às 18h34)
Contexto de extrema polarização explica número de casos de violência nas eleições, diz especialista
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O Brasil já registrou, em 2024, mais de 450 casos de violência política, incluindo agressões físicas, psicológicas e até simbólicas. Destes, 94 casos foram de violência física, que resultaram em 15 mortes, segundo dados da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). No programa Terra Agora desta quinta-feira, 26, Maria De'Carli, mestre em Ciências Políticas, avaliou o aumento de casos de violência eleitoral. 

Com o crescimento substancial de casos de violência política em comparação às eleições federais de 2022 e municipais de 2020, a especialista destacou o contexto atual como uma das causas para o aumento dos casos de agressão

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Datena agride Pablo Marçal durante debate da TV Cultura
Datena agride Pablo Marçal durante debate da TV Cultura
Foto: Reprodução/TV Cultura

"A gente vive em uma extrema polarização em que a intolerância só tende a crescer. A disseminação das redes sociais permitiu que mais pessoas tivessem voz, e isso criou o que eu chamo de 'eleitor digital'. Ele dá sua opinião, tem sua bolha e dá sua confirmação política. Quem pensa diferente 'se deu mal'", destacou Maria De'Carli. 

Ainda sobre o contexto das eleições de 2024, a especialista ressaltou que os candidatos se adaptaram ao 'eleitor digital' e que a violência política sempre existiu, mas o pleito passou a ser mais inflamado: "Parece que a gente está assistindo mais a um reality show do que a uma campanha". 

Maria De'Carli disse acreditar na atuação da sociedade como um todo, em especial dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, na criação de lei para prevenir a disseminação da violência política, citando as recentes agressões em debates do 1º turno à Prefeitura de São Paulo.  

Duda Lima, marqueteiro de Ricardo Nunes, ficou com o rosto coberto de sangue após ser agredido em debate.
Foto: Foto cedida para a reportagem

"A Lei da Ficha Limpa, por exemplo, não prevê a cassação em caso de violência política. A gente viu um candidato, que não teve a candidatura cassada, jogando uma cadeira em outro, em um ato extremamente violento de um ponto de vista técnico. Qual a punição que ele sofreu? Nenhuma", ressaltou a especialista. 

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Por fim, ela falou que considera que há muito a ser feito no combate à violência política. "Não temos essa questão bem definida, estamos nos primórdios. Vamos ter que nos adaptar para punir quem cometeu a violência", finalizou. 

Terra Agora vai ao ar toda quinta-feira, às 17h, ao vivo na home do TerraYoutube e nas redes sociais do Terra.

Mestre em Ciência Política avalia aumento de casos de agressões eleitorais em 2024
Foto: Reprodução/Terra Agora
Fonte: Redação Terra
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