A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) divulgou nesta quarta-feira uma carta que entregarão nos próximos dias aos candidatos à Presidência da República. No texto, a entidade apresenta os “desafios” que apontaram para o setor nos próximos anos: a infraestrutura aeroportuária, os impostos recolhidos e a alta de custos.
Os pontos foram levantados no evento “Aviação em Debate”, promovido pela Abear em conjunto com o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ). Em um dos painéis do encontro, os especialistas citados pela associação afirmaram que as companhias mantiveram investimentos “apesar dos gargalos”.
“De 2003 a 2012, o crescimento e consumo em alta da população brasileira triplicou o número de passageiros a bordo. Temos com isso o desafio da infraestrutura , tanto no solo quanto no ar. O segundo grande desafio é o dos custos”, afirmou Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, no documento divulgado.
“A aviação triplicou de 30 para 100 milhões o número de consumidores e ao longo da década cortou todos os custos possíveis para atender a demanda de mercado que se colocava. Hoje não há espaço para aceitar custos que estejam fora da média nacional. O grande exemplo é o custo do QAV (combustível para aviação), que responde por 40% dos gastos de uma empresa”, acrescentou.
De acordo com os dados divulgados da Abear, 175 milhões de passageiros embarcaram em aviões na América Latina em 2013. O diretor executivo da Associação do Transporte Aéreo da América Latina e do Caribe (ALTA, na sigla em inglês), Eduardo Iglesias, aponta um “ciclo recente de crescimento”, segundo o qual o número de aviões pode crescer quatro vezes até 2013.
“Cerca de 35% dos passageiros da América Latina decolam de aeroportos saturados, o que evidencia necessidade de investimentos na região”, disse Iglesias. Segundo ele, a frota latino-americana tem em média 8 anos, contra 10 da Europa e 13 dos Estados Unidos.
A Abear é formada pelas quatro principais empresas do setor aéreo no Brasil (TAM, Gol, Azul e Avianca), que englobam 90% dos voos realizados no Brasil. Além de pedirem a redução no preço do combustível da aviação, as companhias querem ainda padronizar a cobrança do ICMS nos Estados.