Liberalista, Pastor Everaldo projeta privatizar Petrobras

19 ago 2014 - 22h46
(atualizado às 22h48)

Se defendendo de contradições entre o passado político do PSC e suas propostas de governo caso eleito à Presidência neste ano, o candidato Pastor Everaldo concedeu nesta terça-feira entrevista ao Jornal Nacional da Rede Globo e afirmou que ideias liberalistas como a redução do Estado serão a base para o seu eventual mandato. Everaldo, que jamais exerceu um cargo público a partir de uma eleição, citou a meritocracia e seu passado empreendedor como inspirações para um plano de governo do qual faz parte até a privatização da Petrobras.

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Confira abaixo o que disse o candidato do PSC na entrevista: 

Como governar sem jamais ter sido eleito para um cargo público:

"Nasci na favela do Acari, fui camelô na feira e aos 12, 13 anos servente de pedreiro e depois aos 14 anos fui office boy e pude estudar numa escola pública de qualidade, me formei e depois fui para a iniciativa privada. Montei a minha empresa e sou um profissional empreendedor brasileiro. Deus me ajudou e eu então venci na vida. Tive minha experiência como subsecretário e como presidente do Rioprevidência e milito na vida política desde 1981. Acredito que estou preparado. Sou um constante aprendiz. Aprendi na minha vida a trabalhar em equipe. Quando eu preciso pintar uma parede, eu chamo um pintor que entende. O líder tem que saber o que o Brasil está precisando e trazer os melhores quadros. Desta forma é possível governar com os melhores quadros desse País independente de partido político. Eu acredito que trazendo uma liderança ao Brasil e trazendo os melhores quadros técnicos é suficiente para governarmos o País. (A inexperiência não me assusta) nem um pouco. Eu acredito que a diferença do Estado para a iniciativa privada é que o Estado hoje não trabalha com meritocracia e eu vou empreender isso aí no meu governo.

Mudanças de postura política:

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"O discurso da esquerda, eu que vim de uma família humilde, sempre me cativou. O Brizolla era uma pessoa afeita à educação e eu tive condições de ter uma escola pública de qualidade, então para mim a escola pública é muito importante. Então como a proposta (do atual governo) era a inserção social, eu que nasci na favela, para mim essa era uma proposta era interessante e acreditei que ela era a melhor. Mas no último governo, da atual presidente, eu vi que foi estabelecido um aparelhamento do Estado. O Estado se agigantou de tal maneira que contrariava os princípios que eu acredito do empreendedorismo, da iniciativa privada. Hoje o governo está sufocando, quer tomar conta de tudo." 

"Em janeiro de 2011, quando esse governo assumiu, o partido (PSC) reunido resolveu que teria candidatura própria. Desde janeiro, quando nós vimos que o governo agravou a presença do Estado na economia, nós resolvemos que não ficaríamos mais (na base aliada). Nós acreditávamos que a proposta colocada era a melhor e verificamos logo no começo do governo que não era a melhor para o Brasil. A minha ideologia sempre foi a mesma, eu sempre quis o empreendedorismo. Não vejo (contradição). Eu sempre pensei desta maneira pq a minha vida é desta maneira. Eu sempre trabalhei."

Sobre a doação de campanha de cerca de R$ 5 milhões PT ao PSC e problemas na aliança:

"Metade do partido queria apoiar José Serra, metade Dilma. Quando  o PMDB se aliou - nós fazíamos bloco com o PMDB - nós fizemos a aliança, baseada em princípios que colocamos para o PT, para a presidente Dilma, que nós defendemos a vida, a família. Se você verificar, foram dez partidos da coligação. Na reta final da campanha que foram feitas essas doações legais, transparentes, para custos de campanha. Não foi uma espécie (de toma lá, dá cá). Nós, quando fizemos o acordo para fazemos a coligação, defendemos os princípios que acreditamos. O governo chama as pessoas que ajudaram para compor o governo. E nós elegemos mais do que o PCdoB, então nós esperávamos um espaço no governo. Não ficamos decepcionados. Não é um toma lá, dá cá. Nós ficamos decepcionados pela maneira que foi formado o governo, que contrariou os princípios que o PSC defende: a vida do ser humano desde a sua concepção; a família como está na Constituição brasileira e vimos que a maneira que foi formado contrariava esses princípios."

Como mudar a Constituição sem apoio da Câmara:

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"O meu exemplo de governo é o de Itamar Franco, que assumiu em uma situação difícil no País e chamou todas as forças políticas e apresentou com transparência a sua proposta para a população brasileira, que foi um plano da estabilidade econômica do Brasil e todos não puderam negar. Acredito que quando você levar para a população com transparência o que você quer fazer, o congresso nacional jamais vai negar o apoio para qualquer presidente."

Liberalismo e redução do Estado:

"Eu falei que vou fazer um corte na carne. Eu defendo um Estado mínimo, vou reduzir o número de ministérios de 39 para 20. Vou passar para a iniciativa privada todas as empresas que são foco de corrupção. Privatização. Tudo o que for possível. Eu vou privatizar a Petrobras. Uma empresa que foi orgulho nacional hoje é foco de corrupção e tem uma dívida astronômica de mais de R$ 300 bilhões. O petróleo é nosso, mas a Petrobras hoje não é nossa. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica representam a segurança do sistema financeiro, então não vamos mexer. Tudo o que for possível passar para a iniciativa privada nós vamos passar, pegar os recursos e alocar na saúde, educação e segurança pública. A medida que eu transfiro para a iniciativa privada essas empresas que dão rombo, que tem que tirar dinheiro do tesouro para cobrir o rombo delas, já reduz essa transferência de recursos e sobra dinheiro do seu imposto e do meu imposto para aplicar na educação e na saúde."

Plataforma de governo:

"Eu reafirmo meu compromisso em defesa da vida do ser humano desde a sua concepção. Eu defendo a família como está na Constituição brasileira. Somos um País democrático e eu respeito todas as pessoas, mas casamento para mim é homem e mulher. Sou contra a legalização das drogas. Vou criar o ministério da segurança pública. Hoje o cidadão de bem está preso dentro de casa e o bandido solto na rua. Vou inverter essa lógica e botar ordem na casa. A partir de primeiro de janeiro de 2015, todo o trabalhador que ganhe até R$ 5 mil por mês estará isento do imposto de renda na fonte. Eu defendo que mais Brasil e menos Brasília na vida do brasileiro."

Fonte: Terra
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