PCdoB rompe tradição e indica Orlando Silva a prefeito de SP

É a a primeira candidatura do partido na capital paulista desde a redemocratização

5 set 2020 - 11h44
(atualizado às 12h37)

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) confirmou a candidatura do deputado federal Orlando Silva à Prefeitura de São Paulo neste sábado, 5. É a primeira vez que o partido lança um candidato a prefeito na capital paulista desde 1985.

PCdoB lança pré-candidatura de Orlando Silva a prefeito de São Paulo
PCdoB lança pré-candidatura de Orlando Silva a prefeito de São Paulo
Foto: Danilo M. Yoshioka / Futura Press

A convenção municipal também marcou a aprovação das candidaturas de 83 candidatos a vereador na capital paulista. O PCdoB ainda não anunciou quem será o vice de Orlando, e procura uma mulher para a vaga. O partido aguarda o posicionamento nas alianças de outros partidos no campo da esquerda para decidir o segundo nome da chapa.

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"O prefeito de São Paulo tem uma missão a cumprir não precisa ser amigo nem inimigo do presidente da República nem do governador para fazer a cidade ser respeitada", disse Orlando, sobre suas diferenças políticas com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador João Doria (PSDB).

Ex-ministro dos Esportes de 2006 a 2011, entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Orlando Silva enfrenta sua primeira eleição a cargo no Executivo. Ele está em seu segundo mandado na Câmara dos Deputados, e também foi vereador em São Paulo. Nos anos 1990, foi o primeiro presidente negro da União Nacional dos Estudantes (UNE).

O PCdoB tem tradicionalmente apoiado candidaturas do PT na maior parte dos pleitos municipais desde a redemocratização, mas neste ano o partido tem dito que "chegou a hora" de lançar uma campanha independente. Para Orlando, isso ocorre por causa do momento político no País.

"Chegou a hora, primeiro porque o Brasil vive uma mudança de ciclo político", disse o candidato. "É normal. São momentos em que antigas experiências encerram, novas experiências começam."

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O ato deste sábado teve manifestações de apoio de líderes de cinco centrais sindicais: Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Nova Central. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que normalmente apoia o PT, não se manifestou. A convenção simbólica, na sede do partido no centro de São Paulo, teve a maior parte das manifestações férias por vídeo, e um discurso para a equipe de campanha e a imprensa que foi transmitida não redes sociais

A convenção também lançou o primeiro vídeo da campanha à Prefeitura. A peça da ênfase ao combate à desigualdade, proteção à renda e ao emprego, e ao racismo. O mote da campanha é "governar primeiro para quem mais precisa". No vídeo, Orlando diz que quer ser o "prefeito preto" de São Paulo.

"Eu quero colocar o tema da igualdade no centro da disputa política", ele disse durante seu discurso durante a convenção.

Ao mesmo tempo, ele fala em parcerias com setor privado para serviços no cidade. Entre as ideias do candidato, ainda no início da elaboração de um plano de governo, também estão a captação de investimentos internacionais, parcerias com os governos estadual e federal e a revisão de contatos da Prefeitura para economizar na prestação de serviços. Ele diz que é preciso liberar "espaço fiscal" para programar sociais na cidade.

Ele promete lançar um programa emergencial de retomada de emprego e renda. "Será uma obsessão", diz. Além disso, o candidato quer iniciar um programa de incentivo ao microcrédito, focado na periferia.

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