BELO HORIZONTE - A possibilidade de uma aliança eleitoral entre PT e PCdoB em Minas Gerais voltou a ganhar fôlego neste final de semana. O governador Fernando Pimentel (PT), pré-candidato a reeleição, participou de um evento do PCdoB no sábado, 23, onde sinalizou a possibilidade de apoiar a candidatura da deputada federal Jô Moraes (PCdoB) ao Senado.
Aliado histórico do PT no Estado e detentor de cargos na administração de Pimentel, o PCdoB teve conversas com o pré-candidato ao governo pelo PSB, Marcio Lacerda. A relação entre as legendas ficou estremecida desde a mudança do endereço eleitoral da ex-presidente cassada, Dilma Rousseff (PT), e a possibilidade que ela seja a candidata ao Senado por Minas Gerais.
"Eu só posso continuar se vocês estiverem ao meu lado, para juntos conquistarmos as nossas bandeiras", afirmou o governador. A presidente do diretório estadual do PT, Cida de Jesus, confirmou que as conversas com o PCdoB avançaram e destacou que os partidos estão trabalhando para convergir em uma unidade para as eleições.
As conversas se dão em um momento em que Pimentel está isolado na disputa pela reeleição, sem nenhum grande partido coligado ainda. Enquanto isso, seu principal adversário, Antonio Anastia (PSDB), já fechou com três siglas - PSD, PPS e PSC.
O PCdoB tem como prioridade seguir com o lançamento de Jô Moraes para a disputa ao Senado e com a ida do governador ao evento, as lideranças do partidos estão mais confiantes em um acordo entre as legendas. O presidente estadual do PCdoB, Wadson Ribeiro, sinalizou que os partidos devem sair juntos nas eleições, falando ser necessário que se Minas Gerais eleja como senadora Jô e a ex-presidente cassada, Dilma Rousseff (PT).
No entanto, as chances de que o PT apoie Jô Moraes voltou a ganhar forças, já que a possibilidade dos petistas se aliarem ao MDB ou ao PSB teriam se tornado mais difíceis. O MDB abandonou a base governista após o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (MDB) dar prosseguimento ao processo de impeachment contra Fernando Pimentel e anunciar que os emedebistas seguiriam com candidatura própria ao governo de Minas.
"Eles (MDB) ainda não bateram o martelo de que não virão, mas o PT está aberto para conversas", destacou Cida de Jesus, que negou que o MDB tenha rompido com os petistas por conta da possibilidade de Dilma concorrer ao Senado.
Sobre o PSB, a negociação acontece em nível nacional e os diretórios estaduais seguiriam a direção nacional das legendas. Pela negociação, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda retiraria a candidatura ao governo mineiro e apoiaria Fernando Pimentel. Em troca, o PT apoiaria a reeleição de Paulo Câmara ao governo de Pernambuco, retirando a pré-candidatura de Marília Arraes (PT).
Coligação. Cida de Jesus ainda afirmou que o PT tem muito espaço para receber outras legendas e que tem conversas avançadas com o PSDC, PR, além do PCdoB e com isso, as portas para o MDB não estariam fechadas. No entanto, o partido não está preocupado com a coligação de partidos para conquistar mais tempo no horário eleitoral gratuito. "A nossa intenção é discutir a campanha dentro de um projeto de avanço por Minas Gerais, que é o que já estamos fazendo", afirmou.