Polícia Federal combate compra de votos na Bahia

30 set 2016 - 14h57
(atualizado às 14h57)

A Polícia Federal (PF) cumpriu hoje (30) 17 mandados contra crimes eleitorais. Foi durante a operação Simão, em Feira de Santana, na Bahia. O Ministério Público Eleitoral (MPE) havia solicitado a investigação de compra de votos por parte de um pastor evangélico, candidato a vereador.

Polícia Federal investiga compra de votos por um pastor evangélico, candidato a vereador em Feira de Santana
Polícia Federal investiga compra de votos por um pastor evangélico, candidato a vereador em Feira de Santana
Foto: Agência Brasil

"O grupo do pastor estava formando listas para oração da família, em troca de dados eleitorais dos fiéis da igreja. Nesta lista, eles ofereciam a benção dos fiéis ou amaldiçoavam o eleitor em caso de negativa no fornecimento de dados eleitorais", disse o delegado Fábio Araújo Marques, chefe da Polícia Federal em Feira de Santana. Um dos locais onde a PF cumpriu os mandados de busca e apreensão foi a Igreja do Evangelho Quadrangular, onde o pastor é um dos líderes e teria coagido os fiéis.

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Cerca de 40 policiais federais realizaram a operação, cujo objetivo foi coibir a prática do crime, com a proximidade do dia da eleição. Nove pessoas foram conduzidas coercitivamente à polícia e oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Ninguém foi preso.

Alimentos

Além do cadastramento dos eleitores fiéis, a PF constatou que alimentos eram doados a comunidades carentes e um esquema de favorecimento na marcação de exames e consultas médicas pelo Sistema Único de Saúde era montado para aqueles que prometiam votar no candidato. Um vereador também foi investigado pela polícia, que constatou a compra de votos, por meio de uma liderança comunitária local. Ela oferecia terrenos como moeda de troca.

"Fatos dessa natureza são iniciados a partir da população que faz as denúncias. Os responsáveis a serem punidos não são apenas os candidatos, mas qualquer pessoa envolvida nas condutas criminais.  Com o apoio da PF, estamos apurando e aprofundando as investigações para desenhar a teia criminosa", disse o Promotor de Justiça do MPE, Aldo da Silva Rodrigues.

De acordo com a PF, os investigados devem responder pelos crimes relacionados à compra de votos. As penas previstas são multa e cassação dos registros de candidatura. O nome da Operação Simão refere-se ao codinome dado pela Polícia Federal a um dos candidatos. Simão era, no cristianismo, um dos apóstolos de Jesus.

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Como denunciar

O Tribunal Superior Eleitoral desenvolveu, para este ano, o aplicativo Pardal, para smartphones. Com a ferramenta, é possível que qualquer pessoa denuncie a compra de votos, além de irregularidades como propaganda eleitoral indevida. Fotos, vídeos ou áudios podem ser enviados pelo aplicativo, para sustentar a denúncia, que será analisada pelo Ministério Público Eleitoral. O aplicativo é gratuito e está disponível para aparelhos IOS e android.

Agência Brasil
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