Policiais são feridos com estilhaços ao tentar entrar na casa de Jefferson

Além de tiros, o ex-deputado teria jogado uma granada contra policiais

23 out 2022 - 15h55
Até a última atualização desta reportagem, a informação era que Jefferson não havia se entregado
Até a última atualização desta reportagem, a informação era que Jefferson não havia se entregado
Foto: Estadão

O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) reagiu com tiros contra agentes da Polícia Federal que tentavam cumprir uma decisão determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Morais de prendê-lo em sua casa, na cidade de Comendador Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio de Janeiro. 

Segundo informações da polícia, os agentes foram à casa de Jefferson para cumprir a ordem de prisão e o alvo reagiu à abordagem, quando os agentes se preparavam para entrar na residência. 

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Na ação, pelo menos dois policiais tiveram ferimentos leves. Os feridos são o delegado Marcelo Vilella, que teria sido atingido na cabeça e na perna, e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira, de 31 anos. Ela foi ferida na cabeça. 

Os dois foram atendidos em um hospital da região e já tiveram alta.

Um amigo de Jefferson, que não se identificou, gravou um vídeo de dentro da residência do ex-deputado, dizendo que ele não atirou em ninguém. Segundo esse mesmo amigo, Jefferson apenas jogou uma granada longe e os policiais se feriram com estilhaços.

Até a última atualização desta reportagem, a informação era que Jefferson não havia se entregado.

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Por que Roberto Jefferson foi preso? 

Em agosto do ano passado, o ex-presidente do PTB foi preso por ameaças aos ministros do STF, com vídeos em que empunhava armas. Jefferson ficou no Complexo Prisional de Gericinó, em Bangu, no Rio, mas foi transferido em janeiro deste ano para a prisão domiciliar. A defesa alegou que ele estava com a saúde fragilizada.

A transferência de Jefferson para a sua casa, na cidade Comendador Levy Gasparian (RJ), a 142 quilômetros da capital fluminense, previa a proibição de qualquer comunicação exterior, inclusive o uso de redes sociais, o veto de visitas e entrevistas sem autorização judicial e a proibição de falar com outros investigados do inquérito das milícias digitais.

Mesmo sob prisão domiciliar, o PTB escolheu Jefferson como candidato à Presidência, no dia 1º de agosto, durante convenção em Brasília. O ex-deputado afirmou à época que sua candidatura não seria para se opor à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas para "somar forças".

"Agora, em 2022, Bolsonaro se candidata à reeleição sozinho, contra tudo e contra todos, enquanto a esquerda se apresenta como um polvo com vários tentáculos na forma de múltiplas candidaturas, preenchendo todos os nichos possíveis desse eleitorado. Essa estratégia tem dado certo para a esquerda no mundo todo", disse.

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No ano passado, o ministro Gilmar Mendes foi um dos ministros que vieram à público repreender os atos antidemocráticos de Jefferson.

"Há limites para a liberdade de expressão. Eu já disse inclusive a próximos do presidente da República, que me trouxeram essa preocupação, 'olha é um exagero o caso da prisão do Roberto Jefferson', aqui não se trata de liberdade de expressão. Quem posa usando armas, ameaçando as pessoas, dizendo que vai atirar neste ou naquele, ou que vai receber um oficial de Justiça a bala (…) não está usando a liberdade de expressão", disse Gilmar.

Retorno à prisão

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o ex-deputado federal e ex-presidente voltasse para a cadeia após ter descumprido as condicionantes de sua prisão domiciliar. Por determinação de Moraes, Jefferson estava impedido de usar as redes sociais. Ele está em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, desde janeiro.

Na última semana, Jefferson apareceu em um vídeo publicado pela filha, a ex-deputada Cristiane Brasil, proferindo ofensas contra a ministra Cármen Lúcia, do STF. O petebista comparou a ministra com uma "prostituta" por ter acompanhado o voto do ministro relator, Alexandre de Moraes, a transmissão de declarações falsas contra Lula, candidato do PT à presidência, pela rádio Jovem Pan.

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"Fui rever o voto da Bruxa de Blair, da Cármen Lúcifer, na censura prévia à Jovem Pan, e não dá para acreditar. Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas, arrombadas, que viram para o cara e dizem: 'Benzinho, no rabinho é a primeira vez'. Ela fez pela primeira vez. Abriu mão da inconstitucionalidade pela primeira vez", afirmou.

O ex-deputado é investigado no inquérito que apura a atuação de uma organização criminosa que teria atentado contra a Democracia e as Instituições brasileiras.

Jefferson ganhou seguidores entre bolsonaristas e adeptos da extrema-direita após posar com fuzis e armas de alto calibre nas redes sociais. Ao ter a prisão determinada pelo STF, mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa do ex-deputado em busca de armamentos.

Fonte: Redação Terra
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