Benito Gama, presidente nacional do PTB e candidato a deputado federal pela Bahia, contratou aliados políticos e distribuiu R$ 2,2 milhões entre eles com dinheiro de sua campanha. Ao todo, 40 pessoas (incluindo ex-vereadores, ex-prefeitos e pastores evangélicos) receberam até R$ 300 mil cada para subcontratar serviços como pintura de muros e impressão de materiais. Esse tipo de contratação indireta, porém, é proibido pelo TSE. As informações são da Folha de S. Paulo.
Os pagamentos foram incluídos na prestação de contas do candidato à Justiça como "serviços prestados por terceiros". Segundo o TSE, de fato existe previsão legal de contratação de serviços prestados por terceiros, mas a "subcontratação de outra pessoa física não se coaduna com a norma, visto que todos os gastos devem ser emitidos em nome do candidato".
Ouvido pelo jornal, Benito disse que não houve irregularidade no repasse de recursos. De acordo com ele, essa é uma prática que "todo mundo faz". "Tem uma legislação que prevê isso com detalhes. Não estou inventando nada, estou cumprindo a lei", afirmou, sem especificar o trecho da lei em questão.
O candidato atuou como deputado federal de 1990 a 2002 e assumiu a presidência do partido em 2012, quando Roberto Jefferson foi preso e afastado. Neste ano, levou a sigla para a oposição, apoiando Aécio Neves na corrida presidencial.